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17 de dezembro de 2012

Os beija-flores de Lucília permanecem a voar

 O privilégio de ter publicado A Dança dos Beija-flores no Camarão Amarelo (2010), de Lucília Augusta Reboredo, conferiu a mim a satisfação perseguida por um editor, mas que não se vê efetivamente completada em muitos casos – alcançar consistência editorial, dada pela química entre conteúdo, oportunidade de publicação e resultado de projeto, e ainda usufruir diretamente aspectos da ordem do impacto pessoal.
A riqueza de momentos proporcionados pela convivência com Lucília, fruto da produção deste livro, pode ser vislumbrada com a leitura da própria publicação. A luz com que esta professora, que nos deixou dia 8 de dezembro, oferece os voos dos seus beija-flores aos leitores materializa-se, talvez, feito uma derradeira transmissão de conhecimento do extenso percurso universitário que ela teve, como que atenuando a enorme falta nas salas de aulas que, anos atrás, seu adoecimento impôs.
     A passagem de Lucília entre nós foi marcante e parte disso certamente está inscrito em A Dança dos Beija-flores. Nele o fio constituidor são o exemplo de vida que nos deu, a elaboração tecida sobre o processo da doença que a acometeu e o equilíbrio com que compartilha essa experiência com o coletivo – o “nós” tão tratado acadêmica e socialmente por ela.
     Em reverência à sua figura querida, reproduzimos aqui o sensível texto do psicanalista Márcio Mariguela, publicado no Jornal de Piracicaba dias atrás, e a ele acrescentamos fotos feitas na emocionante apresentação do quarteto de cordas Opus4 (set./2010), no apartamento de Lucília e Peli, que Mariguela menciona.
     Lucília é mesmo “mais uma estrela na constelação do infinito. Resta a lembrança de sua bravura”.


Réquiem para Lucília
Márcio Mariguela

Fui buscar na Lacrimosa, de Wolfgagng Amadeus Mozart, a inspiração para narrar meu réquiem em homenagem ao descanso eterno de Lucília Augusta Reboredo. A lembrança inicia sua cavalgada nas reuniões sobre inovação curricular do Curso de Psicologia, nas salas do atendimento clínico no atual Museu Marta Watts da Universidade Metodista de Piracicaba. No final da década de 1980 partilhávamos o desejo de uma formação acadêmica integrada na tríade ensino, pesquisa e extensão. Os conteúdos de ensinamento se enlaçavam na prática política e não nas demandas do mercado. Sabíamos da volatividade dessas demandas. Sonhávamos com um profissional da psicologia que pudesse assumir eticamente seu compromisso com os miseráveis abandonados em favelas e periferias da cidade.
      Ela com sua histórica formação na Pontifícia Católica de São Paulo, eu com minha formação marxista na PUC-Campinas. Ela formada num dos maiores celeiros da psicologia social. Lá em São Paulo, a PUC abrigava relevantes pesquisadores que marcaram a história da psicologia no Brasil. Lá estava Ela. Sua prática docente foi instituída naquele campus onde a pesquisa em psicologia social dava o tom para a formação dos futuros psicólogos. Lá era um verdadeiro encontro com as políticas públicas de saúde psíquica pelas práticas de subjetivação da cidadania. O encontro inventivo entre pesquisa e extensão. O saber acadêmico com o cheiro das ruas e o sabor da justiça social.
       Ela se fez no compromisso com a luta política num espaço de confronto. Naquele campus ocorreu uma das batalhas contra a ditadura militar. Muitos professores foram mortos, perseguidos, torturados. E ela se fez no combate para que a abertura política pudesse ser também uma abertura para outras possibilidades de existência. A defesa da cidadania passava pela aquisição simbólica de si na efetiva relação com os outros. De Eu e Tu a Nós. As relações sociais são formadoras do psiquismo individual. Seu trabalho virou livro (1995) e fez história na formação dos psicólogos.
       Ela veio a Piracicaba com seu engajamento certeiro: a vida psíquica é comunitária. Fomentar a vida comunitária para que nela cada um pudesse experimentar o inclusivo nós. Tratar do psiquismo é dar condições materiais e simbólicas para que os enlaçamentos criem identidades psíquicas flutuantes. Flutuantes como as mandalas que Ela criou enquanto a esclerose lateral amiotrófica (ELA) sorrateiramente solapava seus movimentos.
       Com as mandalas, Lucília narrou, esteticamente, seu cântico babilônico. A nostalgia de um tempo que se escoava com a perda progressiva dos movimentos, até lhe restar apenas o movimento ocular. Com os olhos escreveu sua trágica situação: um espírito aprisionado num corpo inerte. O livro A Dança dos Beija-flores no Camarão Amarelo (Jacintha Editores) é a expressão mais sublime da dicotomia corpo/alma instaurada por Platão. Nele, cada frase foi construída num lúcido exercício psíquico e ditada, letra a letra, pelo movimento ocular entre uma tabela alfanumérica e a pessoa que estava ao lado para grafar a sinalização dada pelo olhar. A apresentação é dilacerante: “Meu intelecto e meus afetos não reconhecem mais o corpo que antes os concretizavam na relação entre o pensar e o fazer. Filosoficamente, é como se eu estivesse vivendo a separação do espírito e da matéria. O reencontro dá-se no riso e no choro, quem sabe por meu corpo ainda ter autonomia para viabilizar tais emoções. São três anos de angústia, desespero e tristeza indescritíveis. Entretanto, sempre acreditei que o ser humano possui possibilidades de reinventar a vida em quaisquer circunstâncias. E essa crença me faz sentir que apenas ‘quebrei as asas’ e terei de aprender a alçar outros e novos vôos”.
      Assim, de forma abrupta e sublime, o leitor é convidado a percorrer o curso e percurso de seu adoecimento iniciado em 2006. Seu anjo da guarda, Mariá Aparecida Pelissari, presenteou com a seguinte introdução: “É soletrando com os olhos que Lucília constrói sentidos. Essa base para sua expressão é uma espécie de escritura de si, pois que, ao narrar seu percurso recente, Lucília se reinventa e possibilita sua nova inscrição no mundo. Assim, este livro confere o suporte ideal para ela ocupar um lugar na escrita de si, ao autorizar-se a publicar e esperar algum efeito no outro e em si própria. Por suas páginas, os olhos de Lucília falam, sorriem, ensinam abraçam”.
       Nesse percurso convivendo com ELA, Lucília foi capaz de superar a si mesma: “creio que levei minha existência inteira ultrapassando meus próprios limites. Não foi por acaso que, vindo de uma família pobre de imigrantes portugueses, nascida em uma aldeia na região de Trás-os-Montes, cheguei a me formar doutora em psicologia e ser professora universitária. E por isso, também, eu tinha tanta resistência em aceitar minhas limitações físicas”. A cada nova restrição, uma nova alternativa de expressão. Suavemente demonstrou haver vida para além d'ELA.
       Certo dia, Ela convidou-me para visitá-la. Ao contemplar seus olhos percebi de súbito a potência da alegria silenciosa. Aquele que só pode existir entre os que se amam. O silêncio pairava entre notas musicais do Quarteto de Cordas que foram lhe presentear e minhas lágrimas que jorravam sem cessar. Chorei por mim, por Ela e pela efemeridade de nossas vidas. Lacrimosamente, a vida segue embalada pelas lembranças: memória de valores coloridos com a vertigem da liberdade. Precário, provisório, perecível. Descanse em paz, minha querida. 

11 de outubro de 2012

Jean-Jacques Rousseau, 300 anos de nascimento

O Consulado Geral da Suíça em São Paulo e o Instituto de Artes da Unicamp promovem o colóquio 'Rousseau e as Artes' para comemorar os 300 anos do nascimento desse grande pensador do Iluminismo, nascido na Suíça (Genebra, 1712 - Ermenoville, França, 1789) e autor, entre outras obras-primas, de Discurso Sobre as Ciências e as Artes.

 

4 de julho de 2012

São Bento do Sapucaí, referência artística

A simpática São Bento do Sapucaí, a 185 km da capital paulista e a leste do estado de São Paulo, nos contrafortes da Mantiqueira, é atração turística tanto como estância climática quanto por se constituir em polo cultural da região. Possivelmente atraídos pela natureza exuberante do lugar, chama a atenção o número de artistas, escritores e poetas estabelecidos na cidade e as atividades por eles produzidas.
     É assim que, no próximo sábado (7/jul.), será inaugurada a I Exposição de Arte São Bento do Sapucaí, na Casa da Cultura Miguel Reale. O evento coletivo contará com trabalhos dos artistas plásticos Adriana A.R. Santos, Billy Gibbons, Célia Santos, Ditinho Joana, Feh Prado, Felipe Cação, Juliana Chagas, John Chien, Luis Rosa, Lanuel Cação, Marcos Guedes, Mariana Abdala, Nelson Screnci, Roberto Rocha Pombo e Theodoro.
     No material promocional da exposição aqui reproduzido, eles estão diante da Capelinha de Mosaicos, uma das mais belas atrações de São Bento. Restaurada pelos artistas plásticos Angelo Milani e Cláudia Villar, essa imperdível capela já também objeto de outra matéria neste blog: ‘São Bento do Sapucaí, trilhas e montanhismo nesse inverno’.

Exposição de Arte São Bento do Sapucaí – Casa da Cultura Miguel Reale: Rua Sargento José Lourenço, 105; São Bento do Sapucaí/SP; (12) 3971-1665; inauguração: sáb. (7/jul.), às 19h; de 8/jul. a 8/out./2011, das 9h às 18h.

18 de novembro de 2011

Solar da Marquesa de Santos, no coração antigo de São Paulo, é reinaugurado

O Solar da Marquesa de Santos, no Pátio do Colégio, em pleno coração da cidade de São Paulo, será reinaugurado neste sábado (19/nov.). Após três anos de obras promovidas pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), esse raro exemplar de residência urbana do século XVIII voltará a receber visitação pública. A reabertura contará com uma mostra sobre a própria marquesa Domitila de Castro Canto e Melo, célebre amante de D. Pedro I, com exposição de seus objetos pessoais.
     Foi justamente desde o largo conhecido hoje como Pátio do Colégio que os primeiros povoadores começaram a ocupar com moradias as áreas vizinhas, constituindo as ruas que dariam origem àquela que viria a se tornar a maior metrópole brasileira. É na Rua do Carmo, atual Roberto Simonsen, 136-A (antigo n.º 3), que está localizado o Solar da Marquesa de Santos.
     Não há dados precisos sobre quando foi construído. Sabe-se que seu primeiro proprietário comprovado foi o brigadeiro José Joaquim Pinto de Morais Leme, que, em 1802, o recebeu como pagamento de dívidas. O imóvel pertenceu a Domitila de 1834 a 1867, quando ele faleceu, e ficou conhecido na época como Palacete do Carmo. As festas que ela ali promovia eram famosas entre a aristocracia paulistana.
Marquesa de Santos ..Nascida em 1797 em São Paulo, Domitila casa-se aos 16 anos com o alferes mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça, oficial do Corpo dos Dragões de Vila Rica, Minas Gerais, para onde se mudam. Com dois filhos desse casamento, e grávida do terceiro, em 1819, volta para a casa dos pais em São Paulo, após ser agredida pelo marido. Perde o bebê pouco tempo depois.
     Sua fama surge a partir de agosto de 1822, quando conhece D. Pedro I (1798-1834), indo em seguida viver na Corte. Fruto do romance com o imperador, além de cinco filhos, Domitila foi agraciada com títulos de nobreza: baronesa, viscondessa e, em 1826, marquesa de Santos.
     Depois de sua morte, em 1867, o solar sofreu reformas que mudaram a estrutura original. Como não foi possível um restauro com as características originais de nenhuma das épocas de ocupação do solar, optou-se por preservar elementos importantes de cada uma das modificações mais antigas. O restauro do casarão custou R$ 2,7 milhões.
     Ao lado dele, a Casa Número 1 também será reaberta, após restauração ao custo de R$ 4 milhões, com exposição de Guilherme Gaensly, fotógrafo da Cia. City, mais conhecido pelas fotos de postais paulistanos do início do século XX. O imóvel passará a ser sede da Casa da Imagem, que cuidará do acervo iconográfico paulistano, com cerca de 600 mil fotografias. Essas imagens, digitalizadas, ficarão acessíveis para consulta.

Solar da Marquesa e Casa da Imagem. Rua Roberto Simonsen, 136, Centro/São Paulo. Funcionamento: de 3. a 6. (horário ainda não definido). Entrada livre. Fotos: divulgação. Indicação: Sandra Moret

14 de outubro de 2011

Artes plásticas no Conversa de Boteco

O artista plástico piracicabano Antonio Pacheco Ferraz será objeto do próximo encontro do projeto Conversa de Boteco, no Lao Bar Bistrô, em Piracicaba/SP. Tendo como convidado o psicanalista e professor de filosofia Márcio Mariguela, a vida e a obra de Ferraz (1904-2006) estarão em discussão nesse espaço que se dispõe a dar vez a conversas sobre arte e cultura em geral.
     Na segunda metade dos anos 1920, Pacheco Ferraz morou em Paris, onde aprimorou sua formação acadêmica impressionista e surrealista. Nesse período, teve um auto-retrato seu aceito no concorrido Salon des Artistes Français, de 1928. Definindo-se com um colorista e muito livre em sua técnica, Ferraz foi entrevistado para a Revista Impulso 24 (1999, Editora Unimep), que trazia como temática central o impressionismo. A matéria “Antonio Pacheco Ferraz, um piracicabano na Bretanha” está postada no site de Márcio Mariguela.
     Ao longo de sua apresentação neste Conversa de Boteco, o psicanalista vai expor também imagens de telas de Pacheco Ferraz e trechos de um vídeo sobre o artista piracicabano.
     Fique ligado Conversa de Boteco com Márcio Mariguela: 17/out. (2.a), às 20h, no Lao Bar Bistrô, Rua do Vergueiro, 156, Centro, Piracicaba, (19) 3374-0764. Foto dos olhos de Pacheco Ferraz: André Alexandre.

6 de outubro de 2011

Jobs se foi



Gênio da inventividade e visionário.
Fará falta!


Desenho de Jonathan Mak, estudante de 19 anos da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong

18 de agosto de 2011

Estamos comprando mais livros! Espera-se que lendo mais também...

O brasileiro comprou mais livros no ano passado do que em 2009. É o que constatou a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Isso tem rebatimento no crescimento de 8,12% no faturamento do setor editorial em 2010 (algo como R$ 4,5 bilhões), com crescimento de 13,12% no total de exemplares vendidos. Desdobramento que interessa ao leitor: tal ganho de escala manteve a tendência de queda do preço médio de capa, com recuo em 2010 de 4,42%.

Realizada anualmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP), a pesquisa divulgada dia 16/out. traz ainda outros números: o total de exemplares vendidos em 2009 passou de 387.149.234 para 437.945.286, no ano seguinte. Em 2010, 54.754 títulos foram publicados, aumento de 24,97% em relação a 2009, com 18.712 novos títulos, o que aponta uma aposta editorial na diversidade da oferta.

Em plena era de venda pela internet, chamou atenção o fato de que, entre os canais de comercialização, o que mais cresceu, proporcionalmente, foi a venda de livros por porta a porta/catálogos: passou de 16,65% para 21,66% do mercado em número de exemplares. Já em termos de faturamento, as livrarias continuam na liderança, com 62,70% do mercado. O censo também mostrou que, das 498 editoras ativas no País, a maioria delas (231) é composta por empresas com faturamento de até R$ 1 milhão.

26 de março de 2011

Virginia Woolf, sua literatura ainda é de enorme influência

Na manhã de 28 de março de 1941, Virgínia Woolf entrava nas águas gélidas do Rio Ouse (Rodmell, Inglaterra) para, com os bolsos do casaco de pele cheios de pedras, deixar-se afundar, dando fim à sua vida. A escritora inglesa era, já então, um monumento. E, passados exatos 70 anos daquela sexta-feira, o fascínio sobre seus livros mantém-se inconteste. Nos 59 anos em que viveu, Woolf escreveu nove romances (entre eles O Quarto de Jacob, Orlando e As Ondas), três biografias e boa quantidade de contos e obras de não ficção, como o ensaio feminista seminal “Um teto todo seu”. Seus diários preenchem cinco volumes, suas cartas, seis.
......Virginia Woolf nasceu em Londres (1882), filha de um editor, sir Leslie Stephen e, na educação esmerada que recebeu, frequentou desde cedo o mundo literário. Casa-se com Leonard Woolf, com quem funda a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Fez parte do grupo Bloomsbury, composto por intelectuais sofisticados que, após a I Guerra Mundial, investiria contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana.
......Vítima de grave depressão, ela escreve, no bilhete para o marido antes do seu suicídio, que ter “certeza de estar ficando louca novamente”: “Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer.” (...) “Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade.”
A influência dela – No ensaio ‘Em busca da jornada épica das vidas comuns’, o romancista americano Michael Cunningham detém-se sobre Mrs. Dalloway, livro de Virginia Woolf que inspirou o seu As Horas (por sinal o título original de Mrs. Dalloway, trocado por Woolf antes de sua publicação), cuja versão para o cinema deu o Oscar de melhor atriz a Nicole Kidman. Cunningham avalia que, nesta obra-prima de Woolf, ela “esbanja controle, uma qualidade com frequência – às vezes demais – cara à maioria dos romancistas. Ela está testando não só seus poderes, mas os limites do próprio romance. Podemos quase ouvir seus pensamentos na página”.
......O Sábatico, no qual foi publicado esse ensaio, traz ainda uma entrevista com Cunningham (‘É difícil escapar da influência dela’), concedida a Rinaldo Gama. Para completar, que tal ter uma noção da história da romancista inglesa? Para tanto, acesse ‘A trajetória de Virginia Woolf’ e aprecie uma rica retrospectiva de fotos dela.

25 de março de 2011

Abertas as inscrições ao Prêmio Jabuti 2011

A 53.a edição Prêmio Jabuti, tido como a mais importante e ampla premiação da literatura brasileira, está com suas inscrições abertas, se estendendo até 31 de maio. Podem concorrer apenas obras inéditas, publicadas no Brasil entre 1.º de janeiro a 31 de dezembro do ano passado, sendo aberto a editores, escritores, autores independentes, tradutores, ilustradores, produtores gráficos e designers.
......Após a polêmica ocorrida no evento do ano passado, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou uma série de mudanças no regulamento. Entre elas, em 2011 serão 29 categorias, três a mais em relação ao ano passado (Ilustração, Gastronomia e Turismo e Hotelaria). Também o total dos prêmios passou de R$ 123 mil para de R$ 147 mil. O número de laureados é outra inovação: até 2010, o primeiro, segundo e terceiro lugares de cada categoria eram premiados; neste ano terá apenas um livro finalista por categoria. E dentre eles saem os vencedores de Livro do Ano, de ficção e de não ficção, a serem anunciados festivamente na Sala São Paulo, no dia 30 de novembro.
......Acesse aqui a ficha de inscrição ao Jabuti.

23 de março de 2011

Chega ao Brasil o 'talento iluminado' de um jovem escritor

Sempre me agradou a ideia de não se saber como se escreve um livro. De aprender a escrever com cada um e, ao terminá-lo, ser tomado novamente pela dúvida. Um escritor é diferente de um escrivão. Se sabe perfeitamente como executar seu trabalho, então é um impostor. Leitores não merecem fórmulas, mas assombros. E um autor não pode espantar ninguém se não é primeiro assombrado pela linguagem.

Anote o nome do autor dessas palavras: Andrés Neuman. Melhor ainda, leia um de seus livros! Como Bariloche (Anagrama, 1999), La Vida en las Ventanas (Espasa, 2002) e Una Vez Argentina (Anagrama, 2003). Certamente você ainda ouvirá falar muito dele. Esse jovem escritor argentino (Buenos Aires, 1977) é um dos convidados da próxima Flip, em julho, e foi elogiado pelo chileno Roberto Bolaño com tendo “um talento iluminado”. Relacionado pela revista britânica Granta entre os 22 melhores narradores jovens em espanhol, Neuman atualmente é colunista da Revista Ñ (jornal Clarín, Argentina) e do suplemento cultural do diário ABC (Espanha).
......Premio de la Crítica, concedido pela Asociación Española de Críticos Literarios no ano passado, Andrés Neuman tem o seu O Viajante do Século, de 2009, traduzido agora no Brasil (Alfaguara, 456p., R$ 55,00, trad.: Maria Paula G. Ribeiro). Dando continuidade ao culto do fantástico, marcante na literatura latinoamericana, Neuman cria nessa obra uma cidade (Wandernburgo), retratando, com suas ruas instáveis, a Europa como um todo. Em tal espaço urbano imaginário, o viajante Hans, em pleno século XIX, se apaixona pela insinuante Sophie. A inspiração vem de Viagem de Inverno, sinfonia de Schubert, para narrar uma história de amor à moda romântica, mas se valendo de termos modernos.
......A respeito desse livro, Maarten Steenmeijer (De Volkskrant, Holanda) assegura: “Por fim a literatura latinoamericana obtém sua mais que esperada novela europeia, com a mesma ambição, erudição e vitalidade de obras como Cem Anos de Solidão [G.G. Marquez] e A Casa Verde [M.V. Llosa]. Neuman não é apenas uma notícia brilhante para América Latina, como também para a literatura europeia”.
......Andrés Neuman mantém um site próprio e o blog Microrréplicas, pelos quais dá para se manter atualizado sobre os rumos literários desse jovem e acessível autor. Confira ainda a entrevista dada por ele a Ubiratan Brasil, no Estadão.

16 de março de 2011

‘Los Días del Arcoiris’, de Skármeta, leva o Prêmio Planeta-Casa de América

O Prêmio Íbero-americano de Narrativa Planeta – Casa de América, em sua quarta edição, acaba de ser consagrado a Los Días del Arcoiris, do escritor chileno Antonio Skármeta, como o melhor livro entre 639 títulos inscritos. Objetivando promover a narrativa em língua espanhola em todos os países íbero-americanos, o prêmio rendeu US$ 200 mil ao autor vencedor, em anúncio feito nesta terça-feira, em Santiago do Chile. Esta obra repassa, a partir do olhar de uma criança de 11 anos, os dias do Plebiscito Nacional que, em 1988, perguntou à população chilena se o general Pinochet deveria continuar no poder.
......Esteban Antonio Skármeta Branicic nasceu em Antofagasta em 1940 e é descendente de croatas. Cursou filosofia e literatura na Universidade do Chile, completando seus estudos nos EUA e graduando-se na Universidade de Columbia. Foi membro da organização de esquerda Movimento de Ação Popular e Unitária (MAPU) e, em 1973, quando era professor de literatura da Universidade do Chile, precisou abandonar o país por força do golpe militar promovido por Pinochet. Após morar um tempo na Argentina, fixou residência na Alemanha, regressando ao seu país apenas em 1989.
......Entre os prêmios obtidos por Skármeta estão o Casa das Américas (Havana, 1969), pelo livro de relatos Desnudo en el Tejado; o Internacional de Literatura Bocaccio (Itália, 1996), por sua novela No Pasó Nada; o Grinzane Cavour (Itália, 2001), pela novela La Boda del Poeta; e, sob pseudônimo de María Tornés, recebeu o Planeta (Espanha, 2003), por El Baile de la Victoria.
......O seu O Carteiro e o Poeta (1985) foi vertido duas vezes para o cinema e, em 1994, El Cartero de Neruda recebeu cinco indicações ao Oscar. No Brasil, a Record detém a publicação do maior número de títulos de Antonio Skármeta.

10 de março de 2011

Buenos Aires: cidade-mundo dos livros

Engana-se quem acredita que a grande atração portenha é o tango. Os leitores incontestes identificam Buenos Aires pela tradição de seus escritores premiados, revistas literárias, casas editorais, boas livrarias e bibliotecas públicas. Não à toa ela foi designada pela Unesco como a “Capital Mundial do Livro 2011”.

Para celebrar esse título, a capital argentina se prepara para receber, a partir de 20 de abril até 7 de maio deste ano, um público estimado em mais de um milhão de pessoas interessadas em apreciar publicações das mais distintas procedências, além de participar de atividades culturais e de debates sobre o mercado editorial nesse país e no mundo.

Trata-se da 37.ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, o mais expressivo evento dessa natureza no mundo da língua hispânica. Organizada anualmente pela Fundación El Libro, ocupa 50 mil m2 de um edifício no bairro portenho de Palermo e oferece programação variada, incluindo atrações culturais, educativas e profissionais comandadas por escritores, editores e personalidades da literatura e da cultura argentinas.

Na edição de 2011, as conferências, mesas-redondas e painéis contarão também com a presença dos autores espanhóis Juan José Millás, Rosa Montero, Adolfo García Ortega e Antonio Muñoz Molina, do zambiano Wilbur Smith, da mexicana Margo Glantz, do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró e do sociólogo francês François Dubet, entre outros destaques internacionais. Isso sem falar do escritor peruano Mario Vargas Llosa, que abrirá o evento, a despeito da tentativa de um grupo de intelectuais argentinos de vetar a participação do Nobel de Literatura 2010, por conta de postura política e ideológica dele, que diverge do grupo.

Afora essa polêmica em torno dos convidados, a feira promete reunir editoras, distribuidoras e livrarias nacionais e estrangeiras, instituições culturais e educativas, meios de comunicação e representantes de vários países em estantes distribuídos em cinco diferentes pavilhões. Detalhe: um júri formado por especialistas premiará os melhores estandes, em cinco categorias: comercial, institucional, de província argentina, de país estrangeiro e por originalidade / criatividade.

Um sexto módulo da feira abrigará as jornadas profissionais, que discutirão os rumos da editoração, direitos autorais, edição digital, produção editorial universitária, literatura de ficção, entre muitas outras temáticas. Ainda nesse espaço, os visitantes poderão conferir exposições plásticas e fotográficas. Um dos pontos altos será no dia 7 de maio, quando a cidade será percorrida por uma maratona de leitura organizada por artistas, no que promete ser um grande passeio literário.

Confira a programação da 37.a Feira Internacional do Livro de BA.
Foto: Jac©Edit

2 de março de 2011

CBL com nova presidente: Karine Pansa

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) teve sua nova diretoria empossada para o biênio 2011/2012 nesta semana. Assume sua presidência Karine Pansa, sucedendo a Rosely Boschini, há dois mandatos no cargo e com resultados bastante elogiados entre as empresas do setor. Encabeçando a chapa Trabalho e Seriedade, a única registrada ao pleito, Karine é formada em administração de empresas e sócia-diretora da Girassol Brasil Edições. Iniciou sua carreira editorial no segmento infantil como tradutora e na preparação de originais, posteriormente passando pelo departamento comercial e a administração geral da empresa.

Estão também à frente da atual gestão, como vice-presidentes, Bernardo Gurbanov, da Editora Letra Viva (Administrativo e Financeiro); Hubert Alquéres, da Bandeirantes Comércio de Material Didático – Editora Jatobá (Comunicação); e Vítor Tavares, da Distribuidora Loyola de Livros (secretário). Integrará a nova equipe ainda o administrador de empresas e profissional de marketing Mansur Bassit, como diretor-executivo, advindo da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Foto: Aguinaldo Pedro/CBL

28 de fevereiro de 2011

Homenagem a Moacyr Scliar

O conto “Zap”, de autoria de Moacyr Scliar, foi publicado no livro Contos Reunidos, da Companhia das Letras, em 1995. Faz parte da vasta produção do escritor (e também médico) gaúcho que totaliza 80 romances, coletâneas de contos, de crônicas e livros infantis.

O autor, premiado com vários prêmios Jabutis nas suas cinco décadas de carreira, faleceu ontem (27/fev.) em Porto Alegre (RS), aos 73 anos de idade, depois de mais de um mês hospitalizado por conta de um acidente vascular cerebral.

“Zap” é um dos textos que sempre fizeram muito sucesso entre os meus alunos de jornalismo, nas aulas de leitura e interpretação de textos. Sua reprodução a seguir neste blog é uma homenagem ao autor.

....Não faz muito que temos esta nova TV com controle remoto, mas devo dizer que se trata agora de um instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para outro — uma tarefa que antes exigia certa movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou num canal, não gosto — zap, mudo para outro. Não gosto de novo — zap, mudo de novo. Eu gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, mas pelo menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher.
.....Sofre, minha mãe. Sempre sofreu: infância carente, pai cruel etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo novo sabão em pó. Não conheço nem quero conhecer, de modo que — zap — mudo de canal. "Não me abandone, Mariana, não me abandone!" Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, em se tratando de novelas: zap, e agora é um desenho, que eu já vi duzentas vezes, e — zap — um homem falando. Um homem, abraçado à guitarra elétrica, fala a uma entrevistadora. É um roqueiro. Aliás, é o que está dizendo, que é um roqueiro, que sempre foi e sempre será um roqueiro. Tal veemência se justifica, porque ele não parece um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai.
.....É sobre mim que fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio constrangido — situação pouco admissível para um roqueiro de verdade —, diz que sim, que tem um filho, só que não o vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha de fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste (é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock? Que você saiba, seu filho gosta de rock?
.....Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso à desbotada camisa, roça-lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência — e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso, aparentemente ele está olhando para a câmera, como lhe disseram para fazer; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta à pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? — mas aí comete um erro, um engano mortal: insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro, do qual ele não pode se livrar nunca, nunca. Seu rosto se ilumina — refletores que se acendem? — e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento zap — aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está — à exceção do pequeno relógio que usa no pulso — nua, completamente nua
.”

A caricatura de Scliar, assinada por Fraga, é do site de Dodó Macedo.

25 de fevereiro de 2011

CBL cria Cadastro Nacional de Livros

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) acaba de assinar, nesta manhã (24/fev.), acordo para criação do Cadastro Nacional de Livros. A iniciativa, com o apoio direto da Federación de Gremios de Editores de España e da Fundação Biblioteca Nacional, resultará numa plataforma on-line disponibilizando a maior base de dados dos títulos em língua portuguesa, tendo como referência a plataforma espanhola Dilve (Distribuidor de Información del Libro Español en Venta).

Baseado na internet, esse cadastro padronizará e centralizará todas as informações das obras publicadas e comercializadas no Brasil, com impacto direto na cadeia produtiva do livro. A ferramenta permitirá a consulta completa de dados sobre qualquer livro publicado no País, além de facilitar o processo de sua busca e compra, simplificando o trabalho do conjunto de agentes do setor editorial.

Com ele, a CBL informa que pretende beneficiar editoras (ganham uma vitrine global e padronizada para divulgação de seus títulos), pequenos produtores (irão expor seus trabalhos a todos os envolvidos na rede comercial), pequenas e médias editoras (terão nova ferramenta para atingir distribuidoras e livrarias), livrarias (com acesso a milhares de livros e venda no Brasil), órgãos governamentais (nos processos de tomada de decisão de compra de títulos) e mídia impressa e online (contarão com a maior base aliada à melhor experiência de consulta de livros).

Essa iniciativa da CBL promete, e seus impactos decerto não serão pequenos. A versão beta do software do Cadastro Nacional de Livros estará à disposição das editoras a partir de abril. Já a versão oficial de testes será posta no ar em julho para experimentação pelo mercado editorial brasileiro.

21 de fevereiro de 2011

Encontro internacional discute economia criativa

Criatividade, imaginação e inovação aplicadas tanto na esfera dos produtos e serviços, como também na gestão de negócios, nos processos e tecnologias compõem, resumidamente, o que hoje em dia se configura como 'economia criativa'.

O termo, adotado em 2001 pelo inglês John Howkins, no livro The Creative Economy, refere-se à capacidade dos indivíduos de utilizar o seu capital intelectual como principal ferramenta produtiva. Em outras palavras, boas ideias agregando valor econômico e se constituindo como recurso diferenciado na competição pelo mercado de produtos e serviços.
Para discutir esse conceito e suas relações com a indústria, o design e a cultura, a Associação Objeto Brasil, em parceria com a Apex-Brasil, promoverá o Seminário Internacional IDEA/Brasil 2011, no dia 2 de março, às 19h, na ESPM (à Rua Dr. Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana). Vale conferir!

Mais informações e inscrições no site da Objeto Brasil.

16 de fevereiro de 2011

2.º Congresso Internacional do Livro Digital acolherá trabalhos científicos e acadêmicos

Uma sessão especial para trabalhos científicos e acadêmicos, coordenada pelo prof. Cesar Alexandre de Souza (FEA/USP) e Daniel Pinsky (Comissão do Livro Digital/CBL), será uma das novidades do 2.º Congresso Internacional do Livro Digital (26 e 27/jul.), que está sendo preparado em São Paulo pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

A criação dessa sessão traz como objetivo estimular a difusão de pesquisas e de trabalhos empíricos ou conceituais inéditos que abordem temas como ‘novos modelos de negócios relacionados aos livros digitais’, ‘aspectos de usabilidade de leitores digitais (e-readers)’; ‘bibliotecas digitais’; ‘aspectos educacionais dos livros digitais’; ‘direitos autorais e copyright’; ‘marketing do livro digital’; ‘redes sociais e livros digitais’ e ‘o novo papel do editor’.

Os textos selecionados serão publicados no site do evento e seus autores receberão inscrição para participar do congresso (uma inscrição por trabalho). Os dois melhores trabalhos receberão fast track para publicação na Revista de Gestão da USP (Rege). Além disso, o vencedor ganhará prêmio de mil reais e o segundo colocado, de 500 reais.

Prazo final para envio dos trabalhos: 2/maio/2011. O resultado será divulgado dia 2/jul., juntamente com a data de cada apresentação na sessão.

Remeter os trabalhos para calesou@usp.br e digital@cbl.org.br, em arquivo do MS-Word (2003 ou superior), atendendo aos seguintes requisitos de formatação:
. papel A4 com margens: superior 3 cm, inferior 2 cm, direita 2 cm, esquerda 3 cm;
. fonte: Times New Roman, tamanho 12; espaçamento simples e parágrafo justificado;
. extensão: mínimo de 8 páginas máximo de 16, incluindo a primeira (apenas título e resumo), tabelas, figuras, referências bibliográficas e notas de final de texto;
. citações e referências: normas ABNT.

4 de fevereiro de 2011

Obras da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo percorrem o Brasil

Um recorte da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, ocorrida na capital paulista de 25/ago. a 12/dez. do ano passado, vai agora percorrer 12 cidades brasileiras, nas regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-oeste. A intinerância começou em Belo Horizonte, em 18/jan., no Palácio das Artes. Em março, a mostra ocupa o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o de Salvador. Em abril chega ao Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba. Para maio estão agendadas exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e no Museu Nacional de Brasília. Em julho encerra-se a turnê nacional no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife.

O público do interior de São Paulo deve ficar ligado na programação das unidades do Sesc nas cidades de Campinas, Santos, Araraquara, Ribeirão Preto e Piracicaba. Entre os meses de abril e junho, essas obras da Bienal de São Paulo poderão ser vistas por lá.

Originalmente, 29ª edição da mostra de São Paulo reuniu trabalhos de 161 artistas no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Com o título emprestado de um verso do poeta Jorge de Lima (“Há sempre um copo de mar para um homem navegar”), a mostra teve curadoria de Moacir dos Anjos e de Agnaldo Farias.
indicação: fotógrafo Júlio Garbellini; imagem: cartaz de divulgação da 29 Bienal

'Planejamento Estratégico para Editores'

Este é título do seminário especial que a Escola do Livro estará promovendo no dia 21/fev. (segunda), das 9h30 às 17h30, na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo. Apresentado pelo jornalista e editor José Antônio Rosa, terá como eixo central a necessidade de reposicionamento estratégico que as editoras necessitam ter em função das enormes e aceleradas mudanças que vem passando a indústria editorial. No atual cenário competitivo, as empresas desse universo de negócios cabem, mais do nunca, encontrar nichos sustentáveis, o que requer uma reengenharia estratégica e organizacional.

Diante do quadro apresentado pela indústria do livro no mundo e no Brasil, com suas tendências e necessária gestão estratégica que estas demandam, qual seria o papel do editor como efetivo estrategista? Que modelo de planejamento propor para cada casa editorial? São questões como estas que o doutor em ciências da comunicação (ECA/USP) e mestre em administração de empresas (PUC/Campinas) José Antônio se propõe a debater com os participantes do seminário.
Taxa de adesão: R$ 150,00 (associado); local: CBL – Rua Cristiano Viana, 91 – Pinheiros – São Paulo/SP; contato: escoladolivro@cbl.org.br; (11) 2944-6090
Foto: Jac©Edit

27 de janeiro de 2011

Mostra 'Cora Coralina – Coração do Brasil'

A exposição Cora Coralina – Coração do Brasil, que passou pelo Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, em comemoração aos 25 anos de morte (2010) da poetisa e contista goiana, chega agora ao Rio de Janeiro. O Centro Cultural Banco do Brasil estará com a mostra até o dia 13 de março, com entrada gratuita. A curadoria é de Júlia Peregrino e a cenografia, de Daniela Thomas.

Cora Coralina (20/ago./1889-10/abr./1985) – pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – sempre escreveu, mas apenas em 1965, já aos 75 anos, é que publica o primeiro dos seus oito livros: Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais. Doceira por profissão, viu-se impedida de participar da Semana de Arte Moderna (1922) por proibição do marido. Logo viúva, mudou de cidades algumas vezes, vivendo da venda de linguiças e dos doces que fazia, e, mais tarde, dos seus livros.

Seu nome só chegou ao grande público em 1979, quando Carlos Drummond de Andrade ‘atestou’ a qualidade de sua produção. Assim, passou finalmente a ser reconhecida como a porta-voz de uma realidade interiorana já afetada pelo avanço da modernidade. Entre outros prêmios, obteve o Troféu Juca Pato, em 1983, que lhe foi concebido pela União Brasileira dos Escritores.

Centro Cultural Banco do Brasil: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJ, de 3.a a domingo, das 9h às 21h; tel.: (21) 3808-2020
foto: do site Antonio Miranda