O Solar da Marquesa de Santos, no Pátio do Colégio, em pleno coração da cidade de São Paulo, será reinaugurado neste sábado (19/nov.). Após três anos de obras promovidas pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), esse raro exemplar de residência urbana do século XVIII voltará a receber visitação pública. A reabertura contará com uma mostra sobre a própria marquesa Domitila de Castro Canto e Melo, célebre amante de D. Pedro I, com exposição de seus objetos pessoais.
Foi justamente desde o largo conhecido hoje como Pátio do Colégio que os primeiros povoadores começaram a ocupar com moradias as áreas vizinhas, constituindo as ruas que dariam origem àquela que viria a se tornar a maior metrópole brasileira. É na Rua do Carmo, atual Roberto Simonsen, 136-A (antigo n.º 3), que está localizado o Solar da Marquesa de Santos.
Não há dados precisos sobre quando foi construído. Sabe-se que seu primeiro proprietário comprovado foi o brigadeiro José Joaquim Pinto de Morais Leme, que, em 1802, o recebeu como pagamento de dívidas. O imóvel pertenceu a Domitila de 1834 a 1867, quando ele faleceu, e ficou conhecido na época como Palacete do Carmo. As festas que ela ali promovia eram famosas entre a aristocracia paulistana.
Marquesa de Santos ..Nascida em 1797 em São Paulo, Domitila casa-se aos 16 anos com o alferes mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça, oficial do Corpo dos Dragões de Vila Rica, Minas Gerais, para onde se mudam. Com dois filhos desse casamento, e grávida do terceiro, em 1819, volta para a casa dos pais em São Paulo, após ser agredida pelo marido. Perde o bebê pouco tempo depois.
Sua fama surge a partir de agosto de 1822, quando conhece D. Pedro I (1798-1834), indo em seguida viver na Corte. Fruto do romance com o imperador, além de cinco filhos, Domitila foi agraciada com títulos de nobreza: baronesa, viscondessa e, em 1826, marquesa de Santos.
Depois de sua morte, em 1867, o solar sofreu reformas que mudaram a estrutura original. Como não foi possível um restauro com as características originais de nenhuma das épocas de ocupação do solar, optou-se por preservar elementos importantes de cada uma das modificações mais antigas. O restauro do casarão custou R$ 2,7 milhões.
Ao lado dele, a Casa Número 1 também será reaberta, após restauração ao custo de R$ 4 milhões, com exposição de Guilherme Gaensly, fotógrafo da Cia. City, mais conhecido pelas fotos de postais paulistanos do início do século XX. O imóvel passará a ser sede da Casa da Imagem, que cuidará do acervo iconográfico paulistano, com cerca de 600 mil fotografias. Essas imagens, digitalizadas, ficarão acessíveis para consulta.
Solar da Marquesa e Casa da Imagem. Rua Roberto Simonsen, 136, Centro/São Paulo. Funcionamento: de 3. a 6. (horário ainda não definido). Entrada livre. Fotos: divulgação. Indicação: Sandra Moret
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