A obra satírica do artista plástico colombiano Fernando Botero, reconhecido por pintar figuras corpulentas e roliças desdenhando de estereótipos da sensualidade em vigor, possui outro lado menos conhecido, no qual vê-se reforçada sua angústia criativa: a violência da história do seu país. A exposição Dores da Colômbia, em São Paulo (Centro Cultural Caixa Econômica, Pça. da Sé, 111, de 15/mar. a 1.o/maio, de 3.a a domingo, das 9h às 21h, entrada franca, 11 3121-4400), revela o que o artista de 78 anos chamou de “um testemunho da irracional história colombiana”.
Mesmo sendo declaradamente “contra a arte como forma de combate”, diante do drama que afetou a Colômbia Botero afirma ter sentido obrigação “de deixar um registro sobre o momento irracional de nossa história". Assim, são 36 desenhos, 25 pinturas a óleo e seis aquarelas nos quais o artista, conhecido por suas gordinhas e gordinhos erotizados, faz-se testemunha de um período histórico profundamente turbulento da Colômbia.
Una Madre, Fernando Botero, 1999, óleo sobre tela.
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