25 de abril de 2011

Filosofia da USP homenageia Claude Lefort

Claude Lefort, um dos maiores pensadores da política e do totalitarismo do nosso tempo, receberá homenagem do Departamento de Filosofia da USP nesta quinta-feira (28), a partir das 14h30. Falecido em outubro do ano passado aos 83 anos de idade, o filósofo francês foi autor de obras como A Invenção Democrática, nas quais defende que, numa sociedade democrática, o povo no poder é um princípio simbólico, não real, e, mais do que isso, irrealizável, já que a “precipitação do simbólico no real” causaria a sua perda. Ou seja, trata-se de um pensamento nada convencional, e ainda bastante desconcertante.

O peso dos nomes que comporão esta homenagem a Lefort dá ideia da relevância do evento. Entre eles estará o sociólogo do direito e ensaísta Luciano Oliveira, autor de O Enigma da Democracia. O pensamento de Claude Lefort (Jacintha Editores, 2010). Tendo sido aluno do pensador francês, Luciano esmiúça nesse livro as concepções lefortianas, de fundamental importância como crítica radical ao totalitarismo. Marilena Chaui, também ex-aluna de Lefort, diz ter aprendido o exato sentido de filosofia como diálogo e combate justamente com o mestre francês: o político como lógica do poder, não como pura relação de força, e o sentido da democracia como conflito legítimo, como indeterminação e criação temporal, isto é, “como invenção histórica e criação de direitos, e como recusa do poder incorporado, isto é, da identidade entre o saber, a lei e o poder”.

Local: Departamento de Filosofia da USP: 28/abr./2011, sala 14, Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 – Cidade Universitária/São Paulo. Inscrições e informações: www.fflch.usp.br/cf

Programação

14h30 Conferência de abertura: José Arthur Giannotti (USP)
15h30 Mesa redonda: Luciano Oliveira (UFPE); Eliana de Melo e Souza (Unesp); Sérgio Cardoso (USP)
17h30 Mesa redonda: Newton Bignotto (UFMG); Adauto Novaes (Arte e Pensamento); Olgária Chain Ferés Mattos (USP)
19h30 Conferência de encerramento: Marilena de Souza Chaui (USP)

O Enigma da Democracia. O pensamento de Claude Lefort, de Luciano Oliveira. Pref.: Marilena Chaui; entrev. com o autor: Nuno Coimbra Mesquita. R$ 30,00; 128p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-12-2; Jacintha Editores, 2010

12 de abril de 2011

Casa onde Guimarães Rosa morou em Cordisburgo tem visita virtual


O museu da casa onde o escritor Guimarães Rosa (1908-1967) nasceu e passou parte da sua infância, na pequena Cordisburgo, no interior mineiro, agora pode ser visitado virtualmente. Pelo site Museus Virtuais dá para percorrer tanto o interior da residência, com seus cômodos e objetos de época, como também as ruas da ainda pacata cidade, localizada a 116 km ao norte de Belo Horizonte, cuja região muito serviu de matéria-prima à literatura de Rosa.

Do acervo do museu constam elementos de sua vida profissional como médico e diplomata, e ainda de peças de vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural descrito em seus livros, como objetos de montaria e de atividade pecuária. Há ainda cerca de 700 documentos textuais, entre os quais alguns de caráter pessoal (certidões, correspondência recebida e emitida, documentos escolares), discursos, artigos em periódicos e originais manuscritos ou datilografados, como de Tutaméia, última obra de Rosa publicada.

O Projeto Era Virtual, responsável por esse site, reúne acessos virtuais a alguns museus brasileiros, como os Casa de Cora Coralina (GO) e Casa Guignard (MG). Durante a visita, por meio de cliques, pode-se girar a imagem, ampliar detalhes e obter informações sobre peças em exposição. No caso do Museu Casa de Guimarães Rosa, a particularidade fica por conta da participação dos contadores de histórias Miguilim, jovens que, ao clique no sinal de ‘+’ ao lado de suas imagens, narram particularidades do lugar e do seu ilustre morador, autor de obras como Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956) e Grande Sertão: Veredas (1956).

Esses jovens narradores são fruto da ação cultural desenvolvida pelo museu e a Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa, que forma e manutém o Grupo de Contadores de Estórias Miguilim: hoje, cerca de 52 jovens, entre 11 e 18 anos, recebem formação permanente em técnicas de narração e sobre a vida e obra de Rosa. Nome dado em homenagem ao menino personagem-título da novela “Manuelzão e Miguilim”, que compõe originalmente Corpo de Baile, eles apresentam o museu tanto na visita virtual como na presencial.

Museu Casa Guimarães Rosa: Rua Padre João, 744 – Cordisburgo (MG); visitação: de 3.a a dom., das 9h às 17h; taxa: R$ 2,00; agend. de visitas: (31) 3715-1425 ou museuguimaraesrosa@cultura.mg.gov.br

4 de abril de 2011

Livro de Tarcísio Bregalda em seu próprio 'itinerau'

Itinerau, de Tarcísio Bregalda

Noite de autógrafos

Dia 9/abr. (sáb.), a partir das 18h
Casa da Cultura de São Bento do Sapucaí / SP
Rua Sargento José Lourenço, 105
(12) 3971-1665


Tarcísio Bregalda é natural de Cruzeiro (SP) e dentista por profissão. Por desassossego, também poeta. Reside e trabalha em São Bento do Sapucaí (SP), próximo a Campos de Jordão, quase divisa com o sul de Minas. É da beleza e da mansidão dessa região montanhosa que, muitas vezes, Tarcísio retira a ambientação de seus versos, que encontram, neste livro, seu itinerau. Trata-se da segunda publicação dele, a anterior, Os Riscos das Margens (São Paulo: ProEditores, 1997), teve apresentação do poeta Manoel de Barros.

Passagem para Minas

A passagem para Minas
tem que ser pela Mantiqueira.
A passagem para Minas tem que ser silenciosa
como lâmina de faca em toucinho de porco
morto no sábado.


Itinerau, de Tarcísio Bregalda #pref.: José de Anchieta (Costa); capa: Billy Gibbons (imagem: Ângelo Milani); 92p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-14-6; R$ 30,00; Jacintha Editores, 2011