28 de janeiro de 2010

Rotary Club Paulista apoia Projeto Social Coreia & Brasil

O Projeto Social Coreia & Brasil, estabelecido entre a Hyundai e a Prefeitura de Piracicaba, com o apoio de várias instituições do município, trouxe à cidade 100 jovens coreanos. Nesta 5.a-feira (28/jan.), eles se dividiram em cinco grupos para ações comunitárias em distintas entidades piracicabanas.

Junto com o radialista Alexandre Bragion, do Programa Educativa nas Letras, me comprometi a registrar a ida de um dos grupos à Associação Aliança Misericórdia, que presta atendimento a pessoas que estiveram envolvidas com drogas e alcoolismo. Coordenado pelo Rotary Club Paulista de Piracicaba, a visita a essa instituição contou, antes de mais nada, com a prestação de serviço voluntário desse grupo, no caso a capinagem de uma vasta área de mato e a troca de uma tubulação de água.

Além disso, os entusiasmados jovens coreanos conheceram com detalhes o serviço assistencial realizado pela Aliança e interagiram com os seus residentes, em jogos de vôlei e de futebol e no almoço de confraternização. Segundo o presidente do Rotary Club Paulista, Valmir José Rodrigues, “ainda mais significativo do que os 5 mil dólares recebidos da Hyundai por intermédio desse projeto social foi o expressivo envolvimento dos rapazes e moças no trabalho de uma entidade assistencial que tanto faz por nossa comunidade, mas que ainda é tão pouco reconhecida”.

Cobertura mais completa pode ser vista no Jornal de Piracicaba desta sexta (29/jan.).

Chimamanda Adichie: o perigo da história única

No link reproduzido ao pé desta matéria, a romancista nigeriana Chimamanda Adichie fala sobre a diversidade dos povos e indivíduos, e de como tal diversidade se traduz não numa única, mas em muitas histórias sobrepostas. Assim, segundo ela, se nos contentamos a ouvir apenas uma história sobre outra pessoa ou país, nos arriscamos a ter sobre uma e outro o que ela chama de "desentendimento crítico".

Chimamanda conta a trajetória de como lhe foi difícil descobrir a sua voz cultural. Lembra as histórias que escrevia quando menina, nas quais seus personagens tinham pele clara, cabelos dourados e olhos azuis, pois reproduziam os modelos dos únicos livros aos quais tinha acesso na Nigéria africana de então: todos vindos da Inglaterra. Ou quando se mudou para os EUA, aos 19 anos de idade, e sua companheira de quarto na universidade surpreendeu-se pelo fato de ela, uma africana, falar inglês fluentemente (a língua oficial na Nigéria é o inglês!), vestir-se como qualquer jovem americana e ser fã da Mariah Carey.

O discurso de Chimamanda nos faz questionar as “histórias únicas” e as versões oficiais sobre outras culturas e vidas que não as nossas. Além do mais, como escritora, Chimamanda reforça a nossa fé no poder das histórias, que, quando contadas/escritas com sérias intenções por comunicadores talentosos, podem sem dúvida ajudar a melhorar o mundo.

Veja: http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

27 de janeiro de 2010

Brasileiros estão comprando mais livros

A Associação Nacional das Livrarias (ANL) divulgou essa semana um crescimento médio de 9,73% nas vendas de livros em 2009 comparado ao do ano anterior, mesmo levando-se em conta o ainda baixo índice de leitura entre os brasileiros e a crise econômica que balançou o país.

Interessante é que os livros infantis apareceram na dianteira das vendas nas livrarias, segundo o levantamento da ANL, que por outro lado, chama a atenção para o fraco desempenho das publicações de autoajuda no ano passado. A Livraria Cultura, com 10 lojas, obteve um dos melhores desempenhos do setor, com um aumento de quase 20% na receita. As quatro unidades da Livraria da Vila cresceram em média 10%. E a Nobel, com 196 unidades, chegou a dezembro de 2009 com aumento de 12% no faturamento.

Por sua vez, a venda de livros porta a porta também elevou a sua participação no mercado editorial em 2009, ocupando hoje a terceira posição entre os maiores canais de venda, atrás das livrarias e distribuidoras e da internet. Segundo a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), mais de 28,8 milhões de exemplares foram vendidos através esse canal. Por isso, em parceria com a Redecard (para permitir a realização de transações com cartão de crédito via celular), a entidade lançará agora em 2010 a campanha nacional “Toc Toc. É o livro”, de modo a valorizar a imagem do vendedor de publicações porta a porta. (Mais informações em: http://www.abdl.com.br)

26 de janeiro de 2010

Seis blogs quentes sobre o mundo digital


O universo e as possibilidades da rede web e as tecnologias a eles associadas têm ocupado cada vez maior espaço na pauta do noticiário jornalístico nacional. Exemplo disso é a recente criação no portal estadão.com.br de nada menos do que seis blogs voltados especificamente aos diferentes aspectos da cultura digital (vale conferir em blogs.estadao.com.br/link/). Isso, sem contar a atualização editorial e gráfica no site do caderno Link, que todas as segundas-feiras faz parte da versão impressa desse jornal.

A ideia é que esses novos blogs, escritos por repórteres do Link/Estadão, abordem questões como mobilidade, games, redes de relacionamento, pirataria na internet, legislação e as interfaces das novas tecnologias digitais com a cultura, a comunicação e o jornalismo.

Coincidência ou não, essas inovações todas ocorrem justamente na semana em que o Brasil sedia a terceira edição do seu mais importante evento relacionado à internet, a Campus Party, de 25 a 31 de janeiro, no centro de Exposições da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo.

23 de janeiro de 2010

Curiosidade “radiofônica”

Embora o físico italiano Guglielmo Marconi tenha entrado para a história com o título de “o pai do rádio”, parece que a realidade não foi exatamente essa. Há quem jure de pé junto que, de fato, o inventor do rádio foi um padre brasileiro, cientista e inventor de protótipos de TV, aparelhos de telefone e telégrafo sem fio.

Uma notícia publicada em 16 de julho de 1899 pelo jornal O Estado de S. Paulo demonstra que a primeira transmissão pública da voz humana por ondas eletromagnéticas ocorreu naquela data, antes de Marconi, pelo tal padre, chamado Roberto Landell de Moura. Poucos meses depois, uma segunda demonstração pública do invento de Landell realizada na avenida Paulista e no Morro de Santana, em São Paulo, foi registrada pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro.

Patenteado em março de 1901, a invenção foi reconhecida inclusive pela imprensa estrangeira, tanto que, em 12 de outubro de 1902, uma reportagem do New York Herald trouxe essa e outras experiências de Landell na época. Já o Brasil não se interessou nem pelo criador nem pela criatura, restando ao padre procurar novas oportunidades nos Estados Unidos, onde morou três anos, e conseguiu patentear, em 1904, mais três aparelhos de comunicação.

Passados exatos 150 anos do nascimento do padre Landell, pesquisadores e jornalistas movimentam-se, através de abaixo-assinado (ver http://www.mlm.landelldemoura.qsl.br/
abaixo_assinado.html), para que as autoridades brasileiras reconheçam o cientista como o criador do rádio e o pai das telecomunicações.


20 de janeiro de 2010

Hipopótamos, tartarugas e outros bichos (mais ferozes)

Desde o início de janeiro, penso em reproduzir uma matéria assinada pelo escritor Mário Vargas Llosa, “A lição de Owen e o fanatismo das guerras contemporâneas”, publicada no Estadão (p. A8), em 28 de dezembro passado. No entanto, esse veículo tem demonstrado certo descaso no atendimento a seus assinantes e o fato é que, depois de inúmeras solicitações de alteração de cadastro e/ou senha no Estadão Digital, ainda não consegui acesso à matéria. Portanto, farei um breve comentário sobre essa reflexão de Vargas Llosa, pois acredito que ela tenha muito a ver com o conceito e o desejo nosso, da Jacintha, com relação, digamos, ao futuro da humanidade.

Vamos a ela: Uma das vítimas do tsunami que atingiu o litoral do Quênia, em dezembro de 2004, foi um bebê hipopótamo de 300 quilos chamado Owen, que terminou encalhado na praia, nos arredores de Mombasa. Owen teve sorte: foi resgatado por voluntários de uma ONG, mas não conseguiu ser devolvido à mãe, que sucumbiu no cataclismo. Instalado em seu novo habitat, o Lafarge Park, na África, o órfão Owen encontrou uma mãe adotiva um tanto surpreendente: uma tartaruga centenária. Esta, por sua vez, acabou assumindo plenamente suas funções maternais e, desde então, mãe e filho têm vivido inseparáveis.

A história desse hipopótamo e de sua mãe tartaruga – criaturas essas que inspiram simpatia na ampla maioria das pessoas – tem sua moral. São dois animais que, embora pertencentes a espécies tão distintas, conseguem conviver e, mais, se amar. Do jeito deles. Já os estúpidos bípedes humanos continuam se comportando como selvagens, empreendendo carnificinas e genocídios uns contra os outros, por conta de insignificantes diferenças. Haja vista os xiitas, sunitas, curdos, sérvios, croatas, bósnios, kosovares etc. etc. etc. Não estaria mais do que na hora de a humanidade se aproximar mais do perfil dessas criaturas fofas e benignas?