28 de fevereiro de 2011

Homenagem a Moacyr Scliar

O conto “Zap”, de autoria de Moacyr Scliar, foi publicado no livro Contos Reunidos, da Companhia das Letras, em 1995. Faz parte da vasta produção do escritor (e também médico) gaúcho que totaliza 80 romances, coletâneas de contos, de crônicas e livros infantis.

O autor, premiado com vários prêmios Jabutis nas suas cinco décadas de carreira, faleceu ontem (27/fev.) em Porto Alegre (RS), aos 73 anos de idade, depois de mais de um mês hospitalizado por conta de um acidente vascular cerebral.

“Zap” é um dos textos que sempre fizeram muito sucesso entre os meus alunos de jornalismo, nas aulas de leitura e interpretação de textos. Sua reprodução a seguir neste blog é uma homenagem ao autor.

....Não faz muito que temos esta nova TV com controle remoto, mas devo dizer que se trata agora de um instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para outro — uma tarefa que antes exigia certa movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou num canal, não gosto — zap, mudo para outro. Não gosto de novo — zap, mudo de novo. Eu gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, mas pelo menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher.
.....Sofre, minha mãe. Sempre sofreu: infância carente, pai cruel etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo novo sabão em pó. Não conheço nem quero conhecer, de modo que — zap — mudo de canal. "Não me abandone, Mariana, não me abandone!" Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, em se tratando de novelas: zap, e agora é um desenho, que eu já vi duzentas vezes, e — zap — um homem falando. Um homem, abraçado à guitarra elétrica, fala a uma entrevistadora. É um roqueiro. Aliás, é o que está dizendo, que é um roqueiro, que sempre foi e sempre será um roqueiro. Tal veemência se justifica, porque ele não parece um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai.
.....É sobre mim que fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio constrangido — situação pouco admissível para um roqueiro de verdade —, diz que sim, que tem um filho, só que não o vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha de fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste (é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock? Que você saiba, seu filho gosta de rock?
.....Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso à desbotada camisa, roça-lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência — e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso, aparentemente ele está olhando para a câmera, como lhe disseram para fazer; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta à pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? — mas aí comete um erro, um engano mortal: insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro, do qual ele não pode se livrar nunca, nunca. Seu rosto se ilumina — refletores que se acendem? — e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento zap — aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está — à exceção do pequeno relógio que usa no pulso — nua, completamente nua
.”

A caricatura de Scliar, assinada por Fraga, é do site de Dodó Macedo.

25 de fevereiro de 2011

CBL cria Cadastro Nacional de Livros

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) acaba de assinar, nesta manhã (24/fev.), acordo para criação do Cadastro Nacional de Livros. A iniciativa, com o apoio direto da Federación de Gremios de Editores de España e da Fundação Biblioteca Nacional, resultará numa plataforma on-line disponibilizando a maior base de dados dos títulos em língua portuguesa, tendo como referência a plataforma espanhola Dilve (Distribuidor de Información del Libro Español en Venta).

Baseado na internet, esse cadastro padronizará e centralizará todas as informações das obras publicadas e comercializadas no Brasil, com impacto direto na cadeia produtiva do livro. A ferramenta permitirá a consulta completa de dados sobre qualquer livro publicado no País, além de facilitar o processo de sua busca e compra, simplificando o trabalho do conjunto de agentes do setor editorial.

Com ele, a CBL informa que pretende beneficiar editoras (ganham uma vitrine global e padronizada para divulgação de seus títulos), pequenos produtores (irão expor seus trabalhos a todos os envolvidos na rede comercial), pequenas e médias editoras (terão nova ferramenta para atingir distribuidoras e livrarias), livrarias (com acesso a milhares de livros e venda no Brasil), órgãos governamentais (nos processos de tomada de decisão de compra de títulos) e mídia impressa e online (contarão com a maior base aliada à melhor experiência de consulta de livros).

Essa iniciativa da CBL promete, e seus impactos decerto não serão pequenos. A versão beta do software do Cadastro Nacional de Livros estará à disposição das editoras a partir de abril. Já a versão oficial de testes será posta no ar em julho para experimentação pelo mercado editorial brasileiro.

22 de fevereiro de 2011

Obras de Machado de Assis em hipertextos

A disponibilização na web de clássicos da literatura que caíram em domínio público já não é novidade. Inclua-se aí páginas brasileiras da internet com nomes do porte de um Machado de Assis, por exemplo*. A novidade é que obras como Dom Casmurro e Helena agora estão sendo postadas com inúmeros links ao longo dos seus textos, remetendo a referências das mais diversas, que complementam sua leitura ao contextualizar a época das narrativas e subsidiar o leitor naquilo dificultado pela distância do período em que os livros foram escritos.

É o que o site Romance em Hipertexto proporciona a seus navegadores como fruto de um projeto de pesquisa desenvolvido pela Fundação Casa de Rui Barbosa, com o apoio do CNPq e da FAPERJ. Nele, junto com o acesso ao conteúdo integral de cada obra, são oferecidas também, em notas em forma de links, “explicações sobre todas as citações e alusões do texto: tanto as de natureza simbólica (autores, obras de arte, personagens, fatos históricos referidos por Machado de Assis), como as menções a lugares e instituições não-ficcionais (bairros e ruas da cidade do Rio de Janeiro, lojas, teatros, cafés que as personagens machadianas frequentam)” – registra no site Marta de Senna, coordenadora do projeto Romances de Machado de Assis como Hipertexto.

Além dos dois livros citados, já estão disponibilizados no site Ressurreição, A Mão e a Luva, Iaiá Garcia, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó, Quincas Borba e Memorial de Aires. Os demais romances de Machado estarão disponíveis daqui a alguns meses, é o que promete a equipe que lida com a edição e preparação dos links desses textos.

Fundação Casa de Rui Barbosa http://www.casaruibarbosa.gov.br/; Rua São Clemente, 134, Botafogo/RJ, (21) 3289-4600

(*) Outras prateleiras virtuais de obras de Machado
....http://machado.mec.gov.br/ parceria entre o Portal Domínio Público (a biblioteca digital do MEC) e a Universidade Federal de Sta. Catarina: organiza, sistematiza, complementa e revisa as edições digitais existentes na rede, gerando o que se pode chamar de Coleção Digital Machado de Assis;
....http://www.uol.com.br/machadodeassis/ coleção completa dos 217 contos de Machado: 205 reconhecidos consensualmente como da pena do autor, dez que lhe foram atribuídos por Magalhães Júnior (incorporados a despeito de dúvidas sobre tal autoria) e dois usualmente classificados como crônicas, aí incluídos devido a seu caráter ficcional.

21 de fevereiro de 2011

Encontro internacional discute economia criativa

Criatividade, imaginação e inovação aplicadas tanto na esfera dos produtos e serviços, como também na gestão de negócios, nos processos e tecnologias compõem, resumidamente, o que hoje em dia se configura como 'economia criativa'.

O termo, adotado em 2001 pelo inglês John Howkins, no livro The Creative Economy, refere-se à capacidade dos indivíduos de utilizar o seu capital intelectual como principal ferramenta produtiva. Em outras palavras, boas ideias agregando valor econômico e se constituindo como recurso diferenciado na competição pelo mercado de produtos e serviços.
Para discutir esse conceito e suas relações com a indústria, o design e a cultura, a Associação Objeto Brasil, em parceria com a Apex-Brasil, promoverá o Seminário Internacional IDEA/Brasil 2011, no dia 2 de março, às 19h, na ESPM (à Rua Dr. Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana). Vale conferir!

Mais informações e inscrições no site da Objeto Brasil.

17 de fevereiro de 2011

Comunicação estratégica não pode ficar no discurso

Segue a reprodução do artigo escrito pelo professor da USP Wilson Bueno, publicado no Portal da Revista Imprensa, em 16/fev. É interessante notar, nos exemplos citados no texto, entre tantos outros que temos conhecimento, quão desconexos estão ainda o discurso e a prática das instituições, no que diz respeito às suas políticas de comunicação. Tanto que, nos tempos de crise, a primeira área a ser cortada do universo corporativo é a de comunicação; já nos tempos de bonança, ela ao menos sobrevive, mas jamais como estratégica.

"A comunicação estratégica não pode ficar apenas no discurso

O discurso da comunicação estratégica, e também o da comunicação integrada, frequentam o universo da comunicação empresarial há um longo tempo e, pelo que se percebe, a teoria e a prática, neste caso, estão completamente desalinhadas. Como assim? Ora, com exceção de algumas poucas organizações, a comunicação estratégica (deixemos para analisar a comunicação integrada em um próximo artigo) anda claudicando redondamente por vários motivos.

Em primeiro lugar, ela não pode ser efetivamente estratégica se não está umbilicalmente vinculada ao planejamento estratégico, o que quer dizer estritamente sintonizada com a gestão e a cultura organizacionais. Em boa parte das empresas, entidades etc, a comunicação não passa mesmo de um apêndice, de que se lança mão em determinados momentos e que é vista como mera ferramenta, portanto sob uma perspectiva exclusivamente operacional.

Em segundo lugar, a comunicação estratégica, para ser assim considerada, necessita estar respaldada em pesquisa, bancos de dados inteligentes, metodologias de avaliação/mensuração e para construção de cenários. Não pode ficar à mercê da intuição, do feeling dos gestores, aquela velha e ultrapassada conversa de que 'minha experiência garante o que estou fazendo'.

Finalmente, a comunicação estratégica exige conhecimento profundo dos públicos de interesse, dos stakeholders, e , convenhamos, a maioria das nossas organizações não anda fazendo direito a lição de casa. Muitas porque nem se deram conta de que não é possível incorporar inteligência à comunicação empresarial sem que o perfil dos públicos esteja suficientemente desenhado e que, portanto, esta é uma etapa fundamental do processo de construção da estrátegia. Como definir ações, estratégicas (a comunicação estratégica define estratégias ou não?), se apenas temos uma vaga impressão sobre os públicos? Como definir canais de relacionamento, níveis de discurso, posicionamentos etc, se não sabemos adequadamente os seus hábitos, a suas expectativas, as suas demandas e preferências?

Esta tarefa não é, sabemos disso, fácil: muito pelo contrário é cada vez mais complexa porque mudanças profundas estão ocorrendo no perfil dos públicos que se adaptam vertiginosamente às tecnologias, aos embates entre o global e o local, que se acomodam a novas relações de trabalho e assim por diante.

Os jornais dos últimos dias trouxeram alguns dados interessantes para a nossa reflexão a este respeito. Citemos apenas duas reportagens do Valor Econômico, ambas do dia 9 de fevereiro último. A primeira delas, com o título, Desemprego de jovens se torna epidemia mundial (p. A12) evidencia um fenômeno que se repete em todos os cantos: não há espaço no mercado de trabalho para os milhões de jovens, mesmo para uma maioria bem formada (ou com curso superior). Jovens sem emprego quer dizer jovens sem renda, jovens que podem estar buscando alternativas socialmente não louváveis para garantir o seu sustento ( o que provoca aumento dos índices de criminalidade) e que estão, em muitos casos, liderando movimentos sociais para exigir a mudança desse cenário. Os jovens têm estado à frente de protestos violentos nos países árabes (Egito, Irã etc) e engrossam os movimentos dos sem terra, dos que repudiam a agressão ao meio ambiente etc. São eles basicamente que se manifestam ruidosamente nas redes sociais exigindo posturas éticas de organizações e de governos. Os jovens clamam por democracia, pelo repúdio ao autoritarismo, esteja ele vinculado a ditadores nos governos ou a chefias nas empresas.

Um número expressivo de organizações ainda não acordou para esta realidade e continua apostando em sistemas não democráticos, em condições de trabalho que não privilegiam a qualidade de vida, que legitimam o assédio moral, e que inclusive restringem, quando não proíbem, o acesso às redes e mídias sociais.

Muitas organizações, portanto, estão comprometidas com uma cultura e uma gestão que afrontam os valores dos jovens e que não conseguem conviver com eles, enquanto funcionários ou consumidores. Há um vácuo neste relacionamento, que se define como resultado de um choque de culturas. Mas as empresas não podem descartar os jovens (eles são a maioria da força de trabalho em determinados setores) e, portanto, terão que rever este modelo que permaneceu atrelado ao passado e que insiste em não fazer a transição para a modernidade.

Mas esta divergência, esta falta de sintonia não se observa apenas na relação entre as organizações e os jovens, mas pode ser observada também na interação das empresas com os mais velhos.

Outra reportagem do Valor Econômico (p.B9) - com o título Uma geração envelhece e força as empresas a mudar nos EUA - escancara uma outra face desta realidade complexa: há um contingente expressivo de pessoas - os baby boomers (constituído pelos nascidos entre 1946 e 64), que estão chegando agora aos 65 anos, e que têm um perfil muito singular. Embora passem dos sessenta, eles não gostam, de forma alguma, de serem considerados "cartas fora do baralho" , fazem questão de participar ativamente do mercado de trabalho, querem ser reconhecidos como protagonistas do nosso tempo. Estes 'velhos dinâmicos' não se assumem como efetivamente aposentados (porque não são) e têm exigências em relação às empresas, suas posturas, seus produtos etc. E, o que é pior paras as organizações, têm peso no mercado de trabalho, nas relações de consumo e conseguem, muitos deles, ser referência para os que estão chegando agora no mercado, exatamente porque bem sucedidos.

Nos Estados Unidos, explica a reportagem, as empresas estão 'pulando miudinho' para entender o que desejam e para atendê-los até porque há estatísticas confiáveis que garantem que os 76 milhões de baby boomers por lá são responsáveis pela metade do consumo total das famílias e devem gastar mais de 50 bilhões de dólares apenas nesta década. Ora, nenhuma empresa americana (nem brasileira) vai querer abrir mão deste público, por todas as razões, mas sobretudo porque no mínimo vai doer no bolso, a parte mais sensível de boa parte delas.

E como fica a comunicação estratégica, se não acompanha, não monitora estas mudanças estruturais? Fica como o rei nu diante dos seus súditos.

Todos sabemos que os stakeholders têm o poder de impactar a imagem, a reputação e por extensão os negócios das organizações e que, portanto, toda comunicação efetivamente estratégica deveria estar apoiada em conhecimento mais do que trivial sobre os seus perfis. Mas isso ocorre? Não, é a resposta óbvia porque, na prática (a teoria é como a web, aceita tudo!), as organizações estão longe de garantir uma comunicação estratégica na verdadeira acepção da palavra (ou da expressão), como vimos no início deste artigo.

A constatação é uma só: ou os gestores definitivamente guindam a comunicação à sua condição de estratégica, superando o nível do mero discurso, ou vão ter problemas logo ali à frente, se é que já não estão sentindo o bafo do insucesso nas suas nucas.

Conhecer bem os públicos, interagir ética e transparentemente com os stakeholders, é uma questão de sobrevivência. Não há saída para o amadorismo, para a intuição não respaldada em fatos ou dados empíricos, para uma comunicação sem inteligência, sem pesquisa. Quem viver, verá. Quem apostar contra isso, terá que pagar a fatura."

Ilustração: Gossip, de Norman Rockwell.

16 de fevereiro de 2011

2.º Congresso Internacional do Livro Digital acolherá trabalhos científicos e acadêmicos

Uma sessão especial para trabalhos científicos e acadêmicos, coordenada pelo prof. Cesar Alexandre de Souza (FEA/USP) e Daniel Pinsky (Comissão do Livro Digital/CBL), será uma das novidades do 2.º Congresso Internacional do Livro Digital (26 e 27/jul.), que está sendo preparado em São Paulo pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

A criação dessa sessão traz como objetivo estimular a difusão de pesquisas e de trabalhos empíricos ou conceituais inéditos que abordem temas como ‘novos modelos de negócios relacionados aos livros digitais’, ‘aspectos de usabilidade de leitores digitais (e-readers)’; ‘bibliotecas digitais’; ‘aspectos educacionais dos livros digitais’; ‘direitos autorais e copyright’; ‘marketing do livro digital’; ‘redes sociais e livros digitais’ e ‘o novo papel do editor’.

Os textos selecionados serão publicados no site do evento e seus autores receberão inscrição para participar do congresso (uma inscrição por trabalho). Os dois melhores trabalhos receberão fast track para publicação na Revista de Gestão da USP (Rege). Além disso, o vencedor ganhará prêmio de mil reais e o segundo colocado, de 500 reais.

Prazo final para envio dos trabalhos: 2/maio/2011. O resultado será divulgado dia 2/jul., juntamente com a data de cada apresentação na sessão.

Remeter os trabalhos para calesou@usp.br e digital@cbl.org.br, em arquivo do MS-Word (2003 ou superior), atendendo aos seguintes requisitos de formatação:
. papel A4 com margens: superior 3 cm, inferior 2 cm, direita 2 cm, esquerda 3 cm;
. fonte: Times New Roman, tamanho 12; espaçamento simples e parágrafo justificado;
. extensão: mínimo de 8 páginas máximo de 16, incluindo a primeira (apenas título e resumo), tabelas, figuras, referências bibliográficas e notas de final de texto;
. citações e referências: normas ABNT.

11 de fevereiro de 2011

Biblioteca não só para inglês ver

Os amantes da literatura britânica e interessados em estar atualizados com notícias do Reino Unido têm na Biblioteca e Centro de Informação da Cultura Inglesa São Paulo um excelente serviço à sua sede de cultura: lá estão disponíveis 7 mil títulos consagrados de literatura contemporânea e clássica, inclusive livros inéditos no Brasil, e uma coleção com os principais periódicos britânicos. O acesso é gratuito, mas para retirar livros e revistas é preciso se associar à biblioteca (anuidade de R$ 20). Com isso, fica-se também com direto a 50% de desconto nos eventos promovidos pela Cultura Inglesa São Paulo.

Em uma parceria com o British Council, a Biblioteca do Centro Brasileiro Britânico, fundado em 2000 no bairro de Pinheiros, na capitla paulista, conta ainda com acervo complementar em artes, geografia, história, peças teatrais e biografias. Encabeçam a lista dos mais procurados High Fidelity, de Nick Hornby, Bridget Jones Diary, de Helen Fielding, Harry Potter and the Order of the Phoenix, de J. K. Rowling, e Atonement, de Ian McEwan. Obras de e sobre Shakespeare totalizam 340 livros. Destaque ainda para as coleções completas de revistas como a Granta (1979 a 2010) e a In Britain (1972 a 2010). Hoje com mais de mil associados, a biblioteca conta com uma equipe especializada e bilíngüe para orientar os usuários, indicar livros e até dar dicas sobre programas de estudos no Reino Unido.

O Centro Brasileiro Britânico reúne instituições e atividades relacionadas à cultura, educação, lazer e comércio entre Brasil e Reino Unido. Seus 13 mil m2 área total abrigam, além da biblioteca, a Sala Cultura Inglesa (Duke of York Auditorium), com 160 lugares, três galerias para exposições, um centro de informação sobre o Reino Unido, um restaurante para até 250 pessoas, salas para reuniões individuais ou em grupos. Também é sede das seguintes instituições: Consulado Geral Britânico, Câmara Britânica de Comércio, British Broadcasting Corporation (BBC), British Council, Visit Britain e Fundação Britânica de Beneficência.

Centro Brasileiro Britânico R. Ferreira de Araújo,741 - Pinheiros - S. Paulo - (11) 2126-7500; de 2.a a 6.a, das 9h às 19h; e-mail: centro.info@britishcouncil.org.br
foto: divulgação

7 de fevereiro de 2011

Google Art Project

Um novo site foi posto à disposição do público em 1.o/fev.: o Google Art Project. Fruto da colaboração entre o Google e 17 museus e galerias internacionais, a ferramenta permite que o interior desses espaços culturais seja agora visitado em excursões virtuais, utilizando a mesma tecnologia do Google Street View.

Por esse meio, os visitantes podem analisar as obras de arte de perto e criar suas próprias coleções pessoais para compartilhar com amigos ou visitá-las em outros momentos. Assim, mais de mil obras espalhadas pelo planeta têm como ser apreciadas com boa qualidade de imagem e condições de interação, em percursos virtuais de 360 graus pelas galerias desses museus.

MoMA (Nova York), Smithsonian (Washington), Hermitage (St. Petersburgo), Palácio de Versalhes (próximo a Paris), Rijksmuseum e Van Gogh (Amsterdã), Tate (Londres), Reina Sofía e Thyssen Bornemisza (Madrid), Tretyakov (Moscou) e Uffizi (Florença) estão entre os locais incluídos na programação.

O Google obteve obras com resolução de 7 bilhões de píxels (qualidade de imagem mil vezes superior à das câmaras digitais convencionais), proporcionando uma visão do traço desses trabalhos. Além disso, explicações de especialistas em arte em vídeos do YouTube, de cerca de três minutos cada, acompanham essas imagens. É só viajar e se deliciar, nem passaporte requer.

Imagem: A Ronda Noturna – Rembrandt (Rijksmuseum)


Veja imagens dos bastidores do Street View e a captação em alta resolução para o Art Project.

4 de fevereiro de 2011

Obras da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo percorrem o Brasil

Um recorte da 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, ocorrida na capital paulista de 25/ago. a 12/dez. do ano passado, vai agora percorrer 12 cidades brasileiras, nas regiões Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-oeste. A intinerância começou em Belo Horizonte, em 18/jan., no Palácio das Artes. Em março, a mostra ocupa o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o de Salvador. Em abril chega ao Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba. Para maio estão agendadas exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e no Museu Nacional de Brasília. Em julho encerra-se a turnê nacional no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife.

O público do interior de São Paulo deve ficar ligado na programação das unidades do Sesc nas cidades de Campinas, Santos, Araraquara, Ribeirão Preto e Piracicaba. Entre os meses de abril e junho, essas obras da Bienal de São Paulo poderão ser vistas por lá.

Originalmente, 29ª edição da mostra de São Paulo reuniu trabalhos de 161 artistas no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Com o título emprestado de um verso do poeta Jorge de Lima (“Há sempre um copo de mar para um homem navegar”), a mostra teve curadoria de Moacir dos Anjos e de Agnaldo Farias.
indicação: fotógrafo Júlio Garbellini; imagem: cartaz de divulgação da 29 Bienal

'Planejamento Estratégico para Editores'

Este é título do seminário especial que a Escola do Livro estará promovendo no dia 21/fev. (segunda), das 9h30 às 17h30, na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em São Paulo. Apresentado pelo jornalista e editor José Antônio Rosa, terá como eixo central a necessidade de reposicionamento estratégico que as editoras necessitam ter em função das enormes e aceleradas mudanças que vem passando a indústria editorial. No atual cenário competitivo, as empresas desse universo de negócios cabem, mais do nunca, encontrar nichos sustentáveis, o que requer uma reengenharia estratégica e organizacional.

Diante do quadro apresentado pela indústria do livro no mundo e no Brasil, com suas tendências e necessária gestão estratégica que estas demandam, qual seria o papel do editor como efetivo estrategista? Que modelo de planejamento propor para cada casa editorial? São questões como estas que o doutor em ciências da comunicação (ECA/USP) e mestre em administração de empresas (PUC/Campinas) José Antônio se propõe a debater com os participantes do seminário.
Taxa de adesão: R$ 150,00 (associado); local: CBL – Rua Cristiano Viana, 91 – Pinheiros – São Paulo/SP; contato: escoladolivro@cbl.org.br; (11) 2944-6090
Foto: Jac©Edit

2 de fevereiro de 2011

O futuro digital do livro, por Mike Shatzkin

Quem é ligado no mercado editorial certamente está sempre lincado ao site do PublishNews. Nele, entre notícias, anúncios e matérias que retratam e analisam regularmente esse universo profissional, destaco a coluna do consultor novaiorquino Mike Shatzkin. Para os interessados nos rumos da área editorial diante dos desafios e oportunidades conferidos pela atual realidade digital, acompanhar as análises desse camarada com mais de 40 anos de experiência nesse segmento industrial faz-se obrigatório.

Shatzkin é fundador e diretor-presidente da consultoria editorial The Idea Logical Co., com sede em Nova York, de onde acompanha as tendências desse mercado e, anualmente, coordena a conferência Digital Book World, sobre o futuro digital do livro. O texto que assina na coluna é publicado originalmente em seu blog The Shatzkin Files (www.idealog.com/blog). Naturalmente ele pauta sua análise sobretudo pelo mercado americano, e ainda um pouco o europeu. Mas trata-se justamente dos rumos que tal segmento editorial terá em todo o planeta.

Em seu mais atual artigo, “DRM pode não evitar a pirataria, mas pode proteger as vendas”, Shatzkin aborda essa tecnologia que permite às editoras ou livrarias restringirem o uso, a leitura e as cópias dos arquivos digitais, aspecto central na comercialização do livro digital em formato ePub, e que muito ainda tem de embate e indefinições. O autor pede que não se junte as duas coisas na mesma discussão. E chega a afirmar que o fato de que pirataria e DRM seremparte da mesma discussão "é tão controverso quanto o fato de que a pirataria é uma ameaça às editoras e de que o DRM deve ser empregado em tudo”. Certamente uma discussão que está longe de se esgotar.
foto: PublisNews