26 de junho de 2011

Um olhar sobre o ciclo de vida e morte (em vida)

A brincadeira no trilho do trem torna-se pretexto para Willie e Tom, duas crianças na corda-bamba da adolescência, conhecerem-se de fato. A reflexão poética sugerida pela peça sobre o ciclo de vida e morte (em vida) é conduzida pelo “desenho da imaginação” das personagens, em jogo com os espaços percorridos ao longo do diálogo.

É o que aguarda quem for assistir à Esta Propriedade Está Condenada, peça de Tennessee Williams, em montagem instigante produzida pelos alunos do Curso de Artes Cênicas da ECA/USP, dias 29 e 30/jun. (4.a e 5.a), às 15h. A apresentação desse trabalho encerra o curso de Direção II, coordenado por Cibele Forjaz.

Esta Propriedade Está Condenada, de Tennessee Williams
atuação Marcus Garcia e Marina Di Giacomo; sonoplastia Pedro Oliveira; iluminação Thabata Garcia; direção Olívia de Castro;
orientação Cibele Forjaz
29 e 30/jun. (4.a e 5.a), às 15h; e 2/jul. (sáb.), às 12h
entrada gratuita; CAC-ECA-USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 25 – Cidade Universitária, São Paulo

foto: Óli de Castro

25 de junho de 2011

São Paulo entre rios

No frenesi diário da gigantesca São Paulo, ninguém mais nota os rios que lhe deram origem. A não ser ao transbordarem, no período de chuvas, ou quando os odores do lixo neles depositado nos chegam. Em sua maioria, esses leitos de água hoje estão canalizados e sobre eles correm as principais avenidas da cidade.

O interessante Entre Rios, doc disponível na web, conta justamente essa trajetória conflitiva da metrópole com os seus rios. Razão de ser da São Paulo de Piratininga, o rio Tamanduateí e o ribeirão Anhangabaú logo representaram barreira ao crescimento. A construção do viaduto do Chá foi o primeiro marco de superação do impedimento representado por esses leitos, ligando o centro velho aos novos loteamentos a oeste da cidade, destinados à emergente elite cafeeira. Na década de 20 as duas áreas são ocupadas por parques: o do Anhangabaú, sobre o ribeirão já canalizado e aterrado, e o Parque D. Pedro II, às margens do Tamanduateí.

Mais tarde foram o rio Pinheiros e o Tietê a se colocarem como obstáculo. Surgiriam justificativas sanitaristas para ocupar e explorar urbanisticamente seus leitos, de várzeas com inundação periódica. Entre Rios registra ainda os grandes projetos públicos em estímulo à expansão urbana. E as razões inevitáveis para, a cada período de chuvas, as águas contidas artificialmente reclamarem de forma destrutiva suas margens originais.

O doc foi realizado pelos alunos Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini, em 2009, como trabalho de conclusão de curso em bacharelado em audiovisual no SENAC-SP, sob a coordenação de Nanci Barbosa e Flavio Brito e orientação de pesquisa de Helena Werneck. Contou ainda com a colaboração de uma equipe considerável, em animação, câmera, trilha sonora e edição de som.

Entre Rios, de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini; SENAC-SP, 2009, 25 min., dir.: Caio Silva Ferraz; prod.: Joana Scarpelini.

24 de junho de 2011

Pesca artesanal de tainhas em exposição fotográfica

A fotógrafa gaúcha Mara Rejane Freire, há anos radicada na bela capital catarinense, inaugura mais uma exposição de seus instigantes trabalhos. “Tainhas: a pesca artesanal de beira de praia” será aberta dia 28/jun. (terça), às 19h30, no Floripa Shopping (Rod. SC 401, 3.116, Saco Grande – Florianópolis-SC). Os trabalhos ficarão expostos ao público até 20/jul.

Também publicitária, Mara já se definiu como “uma placa fotográfica prolixamente impressionável”. Ela é a criadora do Grupo Fotomotriz, em 2006, para estudos e práticas fotográficas. As turmas aí formadas montam saídas em Florianópolis e no seu entorno para exercícios fotográficos, cujos resultados, além de veiculação pela web (cf. os blogs), costumam ganhar exposição própria.

Confira: http://fotomotriz.blogspot.com e http://diariosdefotomotriz.blogspot.com/

15 de junho de 2011

Quino e o extremo do perfeccionismo

...ou a obtusidade da obediência.

7 de junho de 2011

'Ilogicamente' de Newman Simões tem tarde de autógrafos

O livro de Newman Ribeiro Simões, Ilogicamente. Poemas, publicação da Jacintha Editores, continua dando o merecido ibope. Agora o autor prepara uma tarde de autógrafos em Piracicaba, cidade paulista onde reside e trabalha. Será na próxima 6.a (10), às 18h, na nova Livraria Nobel (Rua Moraes Barros, ao lado do Banco Luso Brasileiro).

Enquanto isso, o livro acaba de ganhar do escritor, radialista e professor de literatura Alexandre Bragion uma resenha de particular qualidade, “Newman Simões: um poeta de ‘primeira água’”, postada no periódico online Diário do Engenho, espaço virtual que tem se mostrado muito dinâmico no trato da cultura piracicabana e, assim, merecedor de acompanhamento.

Segundo Bragion, em Ilogicamente o curso úmido das lembranças de Newman “flutua sob a forma de jogos de linguagem e de sobreposições de palavras que correm rentes aos rios da prosa contemporânea da literatura brasileira. Imersa numa poesia até certo ponto raiz – que, se guarda em si o tempo das cidades do interior, tem também o seu devido ar cosmopolita –, ‘a ilogicamente’ de Newman apresenta-se mergulhada também em inúmeras referências poéticas que, por sua vez, vão ditando, em forma de epígrafe, o ritmo das ondas líricas do livro”.

Taí uma ótima maneira de travar contato com o Diário do Engenho: pela escrita cada dia mais afinada de Alexandre Bragion, nesta sua mais recente resenha literária, agora sobre o Ilogicamente. Fica a dica: basta clicar aqui.

Ilogicamente. Poemas, de Newman Ribeiro Simões
Pref.: Jorge de Albuquerque Vieira; 107p.; 21 cm; R$ 25,00; ISBN 978-85-60677-08-5; Jacintha Editores, 2010