26 de fevereiro de 2010

Zuenir Ventura: “Escrevi meu primeiro livro porque minha mulher mandou”

Quanto mais maduras e competentes, mais simples e transparentes são as pessoas. A frase – reproduzida no título desta matéria – do jornalista e escritor Zuenir Ventura, autor do excelente livro-reportagem 1968: o Ano que Não Terminou, entre outros, e colunista do jornal O Globo, chega a ser engraçada, tamanha a sinceridade. E ainda mais porque foi dita diante de uma platéia lotada e desconhecida, no encontro Correntes D´Escritas 2010, que acontece de 24 a 27 de fevereiro, em Portugal. O público, claro!, adorou Zuenir, segundo a jornalista Valéria Martins, do PublishNews.

Por sinal, a sacada combina perfeitamente com outra, do mesmo autor, proferida na mesma ocasião: “Eu não gosto de escrever, gosto é de ter escrito”. De fato, pouca gente assume que escrever é um desafio danado: causa dor no estômago, ansiedade, expectativa, até dor de cabeça. Agradável mesmo é a sensação de conseguir terminar de escrever um bom texto. Agora, haja coragem para derrubar as tais das aparências. Uma terceira revelação inusitada do Zuenir é de como ele passou de arquivista de jornal a jornalista. Sempre relutou em encarar a redação, mas quando recebeu a notícia da morte de Albert Camus, ele, que era fã do escritor, se ofereceu para escrever o obituário. E assim foi.

Mais sobre Zuenir Ventura, no Portal Literal

25 de fevereiro de 2010

O que esperar do jornalismo e do seu ensino nas faculdades

Ontem à noite (24/fev.), discutindo com alunos meus do curso de jornalismo o artigo “Em busca de um jornalismo para o século 21”, do jornalista e escritor argentino Tomás Eloy Martínez (vale a pena acessar a íntegra do texto, em:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=576IMQ007), entre tantos outros tópicos interessantes que ele nos faz refletir, resvalamos, uma vez mais, na velha e batida questão sobre o contraste entre a “visão romântica e utópica” aprendida nas faculdades e a perversa realidade das redações e das assessorias de comunicação, notadamente fora do grande circuito das metrópoles e grandes cidades brasileiras.

Segundo alguns desses estudantes, de um lado estamos os professores a insistir em preceitos éticos na prática jornalística, no incentivo à investigação criteriosa dos fatos, na procura de fontes e personagens paradigmáticas ao relato de todos os ângulos de uma notícia. Durante todo o curso, estimulamos o esforço, a precisão, a entrega do futuro jornalista em aprimorar o texto, ir além dos limites da pirâmide invertida, trazendo à narrativa testemunhas que tornem a notícia mais viva, em vez de se contentar em produzir meros relatórios e reproduzir apenas o velho engessamento de, nas primeiras linhas da notícia, responder às seis clássicas perguntas (o que, quem, onde, quando, como e por quê). Já na outra ponta, no outro extremo mesmo, ainda de acordo com esses alunos, estariam então as redações e assessorias de imprensa/comunicação, um tanto desatentas a praticamente todos esses valores cultivados na faculdade.

Diante de tamanho contraste que me é trazido com frequência à sala de aula, e que aponta o perigo de causar em jovens estudantes e jornalistas certo conformismo e cômoda adaptação, e, quem sabe por isso, levá-los a abrir mão de “mergulhar” nos conceitos e práticas do bom jornalismo – que, por sinal, é sim produzido no Brasil e no mundo –, me preocupo. E pergunto: qual a expectativa dos jovens nessa profissão?, o que esperam dela e de nós, profissionais e professores, para que enxerguem mais do que uma luz no fim do túnel?

24 de fevereiro de 2010

Luluzinha faz 75 anos

Os fanáticos em HQs, mangás, comics e cartoons podem até torcer o nariz, porque ela nunca foi tão cool. Fica devendo no traço, no roteiro, na complexidade, na criticidade, enfim, se comparada a um Tim Tim, um Spirit ou uma Elektra da vida. Mas antes de me apaixonar por esses personagens animados, como também pelo Tio Patinhas, os Irmãos Metralha, a Mafalda e a Rê Bordosa, entre tantos outros, eu já curtia mesmo eram as histórias singelas de ninguém menos do que a LULUZINHA. E se você disser que não gostava dela é porque está de sacanagem.

Fato é que a Little Lulu completou ontem, 23 de fevereiro, 75 anos de vida – uma senhorinha, portanto. Criada pela cartunista norte-americana Marjorie Buell, Lulu iluminou as páginas do Saturday Evening Post, pela primeira vez, em 1935. Vestido vermelho e cachinhos nos cabelos, a garota decidida, teimosa, mandona e um tanto cruel sempre nutriu uma relação cotidiana de amor e ódio com o seu então rival/companheiro de aventuras, o Bolinha.

Em terras brasileiras, ela virou tira diária de jornal, revista em quadrinhos, desenho animado, inúmeros clubes de meninas, canção – lembra de “Eu ontem fui à festa na casa do Bolinha”? E notadamente nas décadas de 1960/70 chegou a rivalizar com os heróis da Disney em popularidade.

Saudades da Lulu.

19 de fevereiro de 2010

Motivos para apostar nos livros

Seguem algumas das razões para que continuemos a investir em livros impressos, eletrônicos, científicos, de poesia, romances, infantis, de contos...

Tenho visto essa lista circular por aí em revistas e jornais, e achei por bem reproduzi-la. Se nosso/a prezado/a leitor/a lembrar de mais algum "benefício", fique à vontade para completar a relação:

1. o livro amplia o conhecimento geral;
2. estimula a criatividade;
3. aumenta o vocabulário;
4. desenvolve a capacidade de comunicação;
5. emociona e causa impacto;
6. muda a vida;
7. desperta a criticidade;
8. facilita a escrita.

11 de fevereiro de 2010

‘Violência cósmica no meu canto lírico’: poemas de Newman Simões vêm a público

O nome de um dos poemas de Newman Ribeiro Simões, em seu livro ilogicamente, viu-se aqui apropriado pelo título deste artigo. Justifica-se: ele fornece pistas sobre as forças íntimas que mobilizam o poeta – a contemplar a cósmica existência – e o levam a recorrer a versos para conferir forma e expressão a seus sentimentos.

Logo na abertura desta publicação, com capa de Juliana Mesquita e projeto gráfico interno de Daíza Lacerda, Newman afirma textualmente não ser poeta, mas apenas escrever poemas. E registra: “fertilizando o esquecer, faço ressuscitar memórias, celebrando histórias que, de meu gosto, seriam reais; afinal não custa espremer memórias, fazendo minha tristeza vazar; não se pode fugir dos açoites dos fantasmas interiores nem dos sustos que outros monstrinhos nos pregam, escondidos que estão em trincheiras da alma”.

Se de fato ‘o universo observa-se mediado pela mente humana’, neste livro as ‘palavras rompem o silêncio... e dançam’. Por suas páginas ‘o tempo pulsa e passa’; mas nelas impresso, e para sempre, ‘o guerreiro [poeta] ficou encantado’.

ilogic@mente. poemas
Pref.: Jorge de Albuquerque Vieira; 107p.; ISBN 978-85-60677-08-5; R$ 25,00

3 de fevereiro de 2010

Projeto combate pirataria de livros universitários

A Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR) estima que a reprodução ilegal de livros universitários renda, atualmente, às editoras do país um prejuízo de R$ 400 milhões. É muito dinheiro e nenhum respeito ao texto dos autores e ao trabalho dos editores dessas publicações. Mas uma luz no fim do túnel ilumina a iniciativa exemplar da Estácio de Sá, uma das nossas maiores instituições de ensino superior.
A Estácio acaba de criar um projeto para o pagamento de direitos dos autores dos textos xerocados e a distribuição desse material didático aos calouros dos seus cursos de graduação espalhados por 16 estados brasileiros. A medida deverá reduzir em 50 milhões o número de fotocópias irregulares e dar um bom exemplo aos estudantes na valorização do direito autoral.