13 de dezembro de 2011

'Que os sonhos se realizem em 2012', Lucília

Compartilhamos com os leitores deste blog e os amigos da JacEdit os votos expressos nesta bela mandala de Lucília Augusta Reboredo, autora do comovente A Dança dos Beija-Flores no Camarão Amarelo, livro ao qual temos a honra de ter vinculado nossa chancela editorial.
     Sim, Lu, que 2012 proporcione a todos nós a realização de nossos sonhos!
     Para conhecer melhor essa doutora em psicologia social e sua impressionante trajetória de vida, visite, entre outras postagens no blog de nossa casa editorial, ‘Matéria televisiva sobre Lucília Reboredo e seu livro’.


A Dança dos Beija-Flores no Camarão Amarelo. Curso e percurso do adoecimento, Lucília Augusta Reboredo. Apres.: Ely Eser Barreto César; 192p.; 25 cm; R$ 40,00; ISBN 978-85-60677-10-8; proj. gráf. e capa: Juliana Mesquita. Jacintha Editores, 2010.

6 de dezembro de 2011

13.ª Festa do Livro da USP – 2011 será na Poli

Neste ano de 2011, a Festa do Livro da USP será realizada em dezembro, nos dias 14, 15 e 16, na Escola Politécnica, na Cidade Universitária, em São Paulo, das 9h às 21h.

     Serão 126 editoras pondo seus títulos à venda com pelo menos 50% de desconto.

     Localização: Escola Politécnica USP - Prédio da Mecânica e da Civil

     Acessos: bolsão da Poli (Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, ou Av. Prof. Mello Morais, próximo à Mecânica).

    Mais informações: (11) 3091-1617.

5 de dezembro de 2011

Palavras como imagens

Um vídeo simpático, no qual palavras ganham animação e, com criativo complemento sonoro, dizem ainda melhor dos seus significados.

Enviado por Eduardo Silveira

3 de dezembro de 2011

A obra de uma jovem escritora ganha a devida dimensão

A obra inaugural da jovem escritora Isadora César Pacello está com lançamento marcado. A Dimensão, a descoberta do universo gêmeo, a mais nova produção da Jacintha, será apresentada a seus leitores no próximo dia 9 de dezembro, às 19h30, na livraria Nobel do Shopping Piracicaba/SP. Aos 13 anos de idade, Isadora, paulista de Campinas (1997), acaba de concluir o 9.º ano do Ensino Fundamental em Piracicaba, cidade onde sempre viveu.
      O gosto de Isadora pela leitura e pela escrita começou bem cedo. Com 6 anos iniciou sua produção de histórias infantis: escrevia, ilustrava e criava a capa de suas ‘obras’. Em 2009, produz seu primeiro romance, que não chegou a publicar. No final daquele ano, inicia uma obra de ficção planejada para cinco volumes, sendo A Dimensão o primeiro da série. A publicação traz sua precocidade literária, compartilhando com os leitores um universo mágico repleto de aventuras surpreendentes. Neste livro, ela não abre mão da fantasia nem de sonhos. E, ao lado deles, escreve sobre valores fundamentais como amizade, lealdade e espírito de equipe.
      A turma de O Diário do Engenho postou detalhada entrevista com Isadora, que merece mesmo ser lida. Confiram nas páginas eletrônicas do DE. Além disso, o programa radiofônico Educativa nas Letras (Rádio Educativa FM 105,9 Mhz de Piracicaba), comandado por Alexandre Bragion, gravou uma edição com a jovem escritora da Jacintha. O programa vai ao ar no fim de semana de 17 (sáb., às 10h30) e 18 (dom., às 21h) de dezembro, podendo ser acompanhado também pela web.

A Dimensão. A descoberta do universo gêmeo, de Isadora César Pacello. 256p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-15-3; São Paulo: Jacintha Editores, 2011; proj. gráf. e capa: Sérgio Sdrous.

18 de novembro de 2011

Solar da Marquesa de Santos, no coração antigo de São Paulo, é reinaugurado

O Solar da Marquesa de Santos, no Pátio do Colégio, em pleno coração da cidade de São Paulo, será reinaugurado neste sábado (19/nov.). Após três anos de obras promovidas pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), esse raro exemplar de residência urbana do século XVIII voltará a receber visitação pública. A reabertura contará com uma mostra sobre a própria marquesa Domitila de Castro Canto e Melo, célebre amante de D. Pedro I, com exposição de seus objetos pessoais.
     Foi justamente desde o largo conhecido hoje como Pátio do Colégio que os primeiros povoadores começaram a ocupar com moradias as áreas vizinhas, constituindo as ruas que dariam origem àquela que viria a se tornar a maior metrópole brasileira. É na Rua do Carmo, atual Roberto Simonsen, 136-A (antigo n.º 3), que está localizado o Solar da Marquesa de Santos.
     Não há dados precisos sobre quando foi construído. Sabe-se que seu primeiro proprietário comprovado foi o brigadeiro José Joaquim Pinto de Morais Leme, que, em 1802, o recebeu como pagamento de dívidas. O imóvel pertenceu a Domitila de 1834 a 1867, quando ele faleceu, e ficou conhecido na época como Palacete do Carmo. As festas que ela ali promovia eram famosas entre a aristocracia paulistana.
Marquesa de Santos ..Nascida em 1797 em São Paulo, Domitila casa-se aos 16 anos com o alferes mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça, oficial do Corpo dos Dragões de Vila Rica, Minas Gerais, para onde se mudam. Com dois filhos desse casamento, e grávida do terceiro, em 1819, volta para a casa dos pais em São Paulo, após ser agredida pelo marido. Perde o bebê pouco tempo depois.
     Sua fama surge a partir de agosto de 1822, quando conhece D. Pedro I (1798-1834), indo em seguida viver na Corte. Fruto do romance com o imperador, além de cinco filhos, Domitila foi agraciada com títulos de nobreza: baronesa, viscondessa e, em 1826, marquesa de Santos.
     Depois de sua morte, em 1867, o solar sofreu reformas que mudaram a estrutura original. Como não foi possível um restauro com as características originais de nenhuma das épocas de ocupação do solar, optou-se por preservar elementos importantes de cada uma das modificações mais antigas. O restauro do casarão custou R$ 2,7 milhões.
     Ao lado dele, a Casa Número 1 também será reaberta, após restauração ao custo de R$ 4 milhões, com exposição de Guilherme Gaensly, fotógrafo da Cia. City, mais conhecido pelas fotos de postais paulistanos do início do século XX. O imóvel passará a ser sede da Casa da Imagem, que cuidará do acervo iconográfico paulistano, com cerca de 600 mil fotografias. Essas imagens, digitalizadas, ficarão acessíveis para consulta.

Solar da Marquesa e Casa da Imagem. Rua Roberto Simonsen, 136, Centro/São Paulo. Funcionamento: de 3. a 6. (horário ainda não definido). Entrada livre. Fotos: divulgação. Indicação: Sandra Moret

10 de novembro de 2011

Luz sobre as cores

A partir da necessidade identificada no trato diário com seus clientes quanto ao uso de cores na impressão gráfica, o time da Elmefaria Comunicação e Desing desenvolveu o guia prático de quadricromia Uma Luz sobre as Cores. Não bastasse o fato de não se ter circulando no mercado brasileiro material desse tipo, esse projeto prima ainda pelo arrojo visual e objetividade dos recursos que emprega. De quebra ele está disponível gratuitamente no formato PDF no site da Elmefaria, mediante simples cadastramento do interessado.
     O guia é uma escala CMYK completa, concebido para orientar designers, profissionais de marketing e editores, dentre outros segmentos envolvidos em produção gráfica. Isso envolve aspectos como escolha de combinações e tonalidades; uso de cores especiais não contempladas pela quadricromia; comparação com escalas Pantone e de tintas; e mesmo impacto no preço final da impressão. Cada escala de cores, entendida como ferramenta para entender como as cores são compostas nos trabalhos impressos em offset, é trazida tanto em fundo branco como em preto, o que diferencia seu realce e resultado ao percebido pelo olhar humano.
     As escalas são precedidas por um breve texto que, direto e claro, expõe a teoria sobre as cores. Particularmente, foca a diferenciação daquilo visto pelo nosso olhar e aquilo que determina as cores na impressão em papel, trazendo, para tanto, os conceitos de ‘síntese aditiva’ e ‘síntese subtrativa’. São abordados também o gerenciamento das cores no cotejo entre provas e impressões, o uso de cores especiais e a relação delas com o emprego de tipos de papel. O projeto, visualmente arrojado e cuidadoso, é composto ainda pela orientação detalhada para o próprio uso das tabelas de cores.
     A qualidade de Uma Luz sobre as Cores, quando não há à disposição dos profissionais dessa área material equivalente, mais do que pede uma versão dele no suporte impresso. Desde já a Jacintha Editores se envolve nos esforços de busca de recursos que viabilizem tal produção gráfica em apoio à criativa equipe da Elmefaria.

5 de novembro de 2011

Susan Sontag: sobre fotografia

Sobre Fotografia, livro da ensaísta e romancista americana Susan Sontag (1933-2004), traz seis ensaios incontornáveis a respeito do significado e da evolução da fotografia, abordando problemas, estéticos e morais, a partir da onipresença das imagens fotográficas em nosso tempo. Ganhadora do National Book Critics Circle Award de 1977 com este trabalho, Sontag dialoga nele com a filosofia e a sociologia, com a estética e a história da arte, em estilo simples e direto em que sua brilhante erudição escorre a bom deleitar o leitor.
     A seguir, alguns recortes do ensaio ‘Na caverna de Platão’ de Sobre Fotografia (Cia. das Letras, 2008, 224p.):
     “Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada. Significa pôr a si mesmo em determinada relação com o mundo, semelhante ao conhecimento – e, portanto, ao poder. (...) Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir.
     A fotografia tornou-se um dos principais expedientes para experimentar alguma coisa, para dar uma aparência de participação. (...) ter uma câmera transformou uma pessoa em algo ativo, um voyeur: só ele dominou a situação. (...) Tirar fotos estabeleceu uma relação voyeurística crônica com o mundo, que nivela o significado de todos os acontecimentos.
     Uma foto não é apenas o resultado de um encontro entre um evento e um fotógrafo; tirar fotos é um evento em si mesmo, e dotado dos direitos mais categóricos – interferir, invadir ou ignorar, não importa o que estiver acontecendo. (...) Após o fim do evento, a foto ainda existirá, conferindo ao evento uma espécie de imortalidade (e de importância) que de outro modo ele jamais desfrutaria.
     Embora a câmera seja um posto de observação, o ato de fotografar é mais do que uma observação passiva. (...) é estar em cumplicidade com o que quer que torne um tema interessante e digno de se fotografar – até mesmo, quando for esse foco de interesse, com a dor e a desgraça de outra pessoa.
     Tirar uma foto é participar da mortalidade, da vulnerabilidade e da mutabilidade de outra pessoa (ou coisa). Justamente por cortar uma fatia desse momento e congelá-la, toda foto testemunha a dissolução implacável do tempo.
     Fotos podem ser mais memoráveis do que imagens em movimento porque são uma nítida fatia do tempo, e não um fluxo. (...) Cada foto é um momento privilegiado, convertido em um objeto diminuto que as pessoas podem guardar e olhar outras vezes.
     A fotografia dá a entender que conhecemos o mundo se o aceitamos tal como a câmera o registra. Mas isso é o contrário de compreender, que parte de não aceitar o mundo tal como ele aparenta ser. Toda possibilidade de compreensão está enraizada na capacidade de dizer não. Estritamente falando, nunca se compreende nada a partir de uma foto.
     Não seria errado falar de pessoas que têm uma compulsão de fotografar: transformar a experiência em si num modo de ver. Por fim, ter uma experiência se torna idêntico a tirar dela uma foto, e participar de um evento público tende, cada vez mais, a equivaler a olhar para ele, em forma fotografada. Mallarmé, o mais lógico dos estetas do século XIX, disse que tudo no mundo existe para terminar num livro. Hoje, tudo existe para terminar numa foto.”
“Noiva janela” (Veneza, 2011), de Oli de Castro; “Monsieur Rouge” (Versailles, 2011), de Eduardo Silveira

19 de outubro de 2011

Sarau em São Paulo com o livro 'Itinerau'

Obra de Tarcísio Bregalda, produzida pela Jacintha Editores, continua de vento em popa em seu itinerau:

Sarau
‘Líricas e Prosas: mato adentro, gente afora’



Espetáculo de literatura e arte, com música temática e poesia a solta. E ainda o lançamento de Itinerau na capital paulista. 5/nov., às 19h, na Livraria Cultura do Bourbon Shopping Pompeia
Rua Turiassu, 2.100 – São Paulo – (11) 3868-5100

Itinerau, de Tarcísio Bregalda; pref.: José de Anchieta (Costa); capa: Billy Gibbons (imagem: Ângelo Milani); 92p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-14-6; R$ 30,00; Jacintha Editores, 2011

14 de outubro de 2011

Artes plásticas no Conversa de Boteco

O artista plástico piracicabano Antonio Pacheco Ferraz será objeto do próximo encontro do projeto Conversa de Boteco, no Lao Bar Bistrô, em Piracicaba/SP. Tendo como convidado o psicanalista e professor de filosofia Márcio Mariguela, a vida e a obra de Ferraz (1904-2006) estarão em discussão nesse espaço que se dispõe a dar vez a conversas sobre arte e cultura em geral.
     Na segunda metade dos anos 1920, Pacheco Ferraz morou em Paris, onde aprimorou sua formação acadêmica impressionista e surrealista. Nesse período, teve um auto-retrato seu aceito no concorrido Salon des Artistes Français, de 1928. Definindo-se com um colorista e muito livre em sua técnica, Ferraz foi entrevistado para a Revista Impulso 24 (1999, Editora Unimep), que trazia como temática central o impressionismo. A matéria “Antonio Pacheco Ferraz, um piracicabano na Bretanha” está postada no site de Márcio Mariguela.
     Ao longo de sua apresentação neste Conversa de Boteco, o psicanalista vai expor também imagens de telas de Pacheco Ferraz e trechos de um vídeo sobre o artista piracicabano.
     Fique ligado Conversa de Boteco com Márcio Mariguela: 17/out. (2.a), às 20h, no Lao Bar Bistrô, Rua do Vergueiro, 156, Centro, Piracicaba, (19) 3374-0764. Foto dos olhos de Pacheco Ferraz: André Alexandre.

6 de outubro de 2011

Jobs se foi



Gênio da inventividade e visionário.
Fará falta!


Desenho de Jonathan Mak, estudante de 19 anos da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong

3 de outubro de 2011

Sustentabilidade nos setores portuário e logístico é tema de fórum de comércio exterior

6.o Fórum Brasil de Comércio Exterior reunirá empresários, secretários do Estado e o ministro dos Portos, nos dias 4 e 5 de outubro, em Santos

A 6.a edição do Fórum Brasil de Comércio Exterior promete esquentar o debate sobre o crescimento do comércio internacional e suas implicações no aprimoramento sustentável da cadeia logística do maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos. Promovido pela TVB Band Litoral e pela Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), o Fórum ocorrerá nos dias 4 e 5 de outubro, no Mendes Convention Center, à Av. Gen. Francisco Glicério, 206, em Santos/SP.
     Trata-se de um dos mais abrangentes encontros no Estado de São Paulo voltados à discussão de temas dos setores portuário e de logística no País, atraindo um público de executivos, importadores, exportadores, políticos e especialistas de abrangência nacional desta área. Entre os destaques da programação de 2011, que contou com apoio da JacEdit, está o painel apresentado pelo empresário Ricardo Young, sobre a sustentabilidade como valor agregado e requisito logístico, e a palestra do economista Gustavo Loyola, sobre o atual cenário global e o avanço nas relações comerciais do Brasil com outras nações.
    Como explica Agnes Barbeito de Vasconcellos, presidente da ABTRA, “essa discussão se dá num momento estratégico para o setor portuário e para o País e tudo indica que deverá avançar na agenda político-econômica nacional e nos seus rebatimentos no comércio exterior”. Isso, “tendo em vista a proximidade de acontecimentos de visibilidade mundial, como os recordes de movimentação de mercadorias conquistados pelo Porto de Santos, o potencial de exploração de pré-sal na região e a Copa de 201”, completa Agnes.

25 de setembro de 2011

A aventura das linhas de Saul Steinberg

Não perca mais tempo. O traço de Saul Steinberg (1914-1999) ainda pode ser apreciado na exposição “As Aventuras da Linha”, em que a Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta, até 6 de novembro, cerca de 110 desenhos desse artista romeno, naturalizado americano. Os trabalhos pertencem ao acervo da Saul Steinberg Foundation e foram produzidas entre 1940 e 1950, destacando o período em que Steinberg ganhou consagração internacional.   
     O ilustrador, que colaborou por quase 60 anos para a revista The New Yorker e foi a maior influência de Millôr Fernandes, tem como marca se valer muitas vezes de uma única linha, em poucos movimentos diagonais ou cruzamentos, para compor um desenho, e com ele, de modo bem humorado e ao mesmo tempo sarcástico, ser um crítico observador da vida contemporânea. É fácil observar a influência do modernismo que Steinberg absorveu em sua formação, mas, como ressalta o articulista Daniel Pisa, “não há nada obscuro ou abstrato em seus desenhos. O que eles mais fazem é dar saudades de um tempo em que os artistas sabiam que desenhar não é organizar o mundo, mas captar sua desordem”.    
    Como bom novaiorquino, desde o início da década de 40 radicado nos EUA, Steinberg tinha um olhar para o mundo inteiro, tendo inclusive visitado o Brasil. Assim, integram a exposição dois trabalhos com inspiração brasileira: ‘Pernambuco’, uma mistura de personagens, bichos e motivos locais, e ‘Grand Hotel Belém’, em frente ao qual se destaca uma enorme árvore repleta de seres amazônicos em cores líricas. Ambos produzidos a partir de desenhos de anotação e de cartões-postais colecionados pelo artista quando de sua viagem por aqui em 1952.   
     Apesar da envergadura artística de Steinberg, sua obra só havia tido uma mostra desse porte no Brasil em 1952, quando o Museu de Arte de São Paulo trouxe uma exposição individual do artista. Por sinal, ela foi possível em função da amizade dele com Pietro Maria Bardi, então diretor do Masp. Ambos tinham colaborado, nos anos 1930, com a revista Il Settebello, quando moravam na Itália. Também em função da raridade de acesso aos trabalhos de Steinberg no País, essa mostra com o suporte do Instituto Moreira Salles é constitui-se imperdível.

Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pça da Luz, 2 - São Paulo/SP - (11) 3324-1000. Fotos: Jac©Edit: "Desenhar é como escrever. (...) Desenho para explicar as coisas para mim mesmo", S. Steinberg, 1954

19 de setembro de 2011

Livro de Lucília Augusta Reboredo a bom dar repercussão

Há um ano do seu lançamento, o empolgante livro A Dança dos Beija-Flores no Camarão Amarelo continua a dar o que falar. Desta vez repercutiu pela resenha 'Lucília Reboredo: os beija-flores, a palavra e a vida', do escritor Alexandre Bragion. Segundo ele, a autora desta obra, Lucília Augusta Reboredo, “em particular instante genesíago, desdobrou-se em palavras, repartiu-se em texto, emanou-se em verbos – num movimento de expansão espiritual que é, ao mesmo tempo, redescoberta, reinvenção e renascimento”. A resenha foi publicada no site Diário do Engenho, espaço na web que trata de 'cultura e piracicabanismo', e que vem ganhando repercussão crescente entre os internautas.
     Mestre e doutora em psicologia social, em meados de 2003 Lucília começou a desenvolver a patologia que a afastaria definitivamente da carreira docente. Diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurológica caracterizada pela paralisia progressiva de todos os comandos motores, teve roubada de maneira progressiva a totalidade dos movimentos físicos. Nesta publicação, registra suas despedidas de tudo que mais lhe foi caro, dá dicas precisas sobre cuidados e sentimentos dos portadores de ELA, além de explicar a sua condição. Mas, acima de tudo, nos encanta com sua sensibilidade, perspicácia, vivacidade e bom humor.

A Dança dos Beija-Flores no Camarão Amarelo. Curso e percurso do adoecimento, de Lucília Augusta Reboredo. Apres. Ely Eser Barreto César; 192p.; 25 cm; 40 reais; ISBN 978-85-60677-10-8; proj. gráf. e capa: Juliana Mesquita. Piracicaba: Jacintha Editores, 2010. Fotos: Jac©Edit

13 de setembro de 2011

Voos da Jacintha na capital paulista

A Jacintha Editores, a 'casa do autor, voo do leitor', está com suas instalações na cidade de São Paulo: Rua Mourato Coelho, 299 / cj 5 - 015417-010 - Pinheiros.
     Faça-nos uma visita. Será uma enorme satisfação para nós!


www.jacinthaeditores.com.br / twitter e skype : Jacinthaedit
(11) 9815-1345 Heitor Amílcar / (11) 9741-2484 Milena de Castro

12 de setembro de 2011

Santos sedia 6.o Fórum Brasil de Comércio Exterior

O evento, marcado para 4 e 5 de outubro, no Mendes Convention Center, em Santos-SP, terá a presença do ministro dos Portos, Leônidas Cristino.

     Promovido pela TVB Band Litoral, Rede Bandeirantes de Televisão e pela Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) – para a qual a Jacintha Editores vem prestando assessoria de comunicação desde o início de 2011 –, o 6.o Fórum Brasil de Comércio Exterior se consolida como calendário obrigatório para a discussão de temas ligados ao comércio internacional brasileiro e seus reflexos nas atividades logística e portuária.
     Na programação deste ano, merecem destaque a palestra do economista Gustavo Loyola sobre o cenário global e as relações comerciais do Brasil com outras nações, e os painéis sobre política brasileira de comércio exterior, portos e cadeia logística, sustentabilidade e a agenda político-econômica para o futuro da RMBS, todos com a participação de empresários, executivos, especialistas e autoridades no âmbito nacional.
     “Nossa meta é dar o máximo de visibilidade às discussões que colaborem efetivamente para a integração das cidades portuárias da Baixada Santista, seguindo a filosofia de trabalho adotada pela nossa emissora, comprometida com o jornalismo de qualidade”, explica Cláudia Rei, diretora superintendente da TVB Band Litoral.
     Para Agnes Barbeito de Vasconcellos, presidente da Abtra, o Fórum "será uma excelente oportunidade para avançar na formulação de propostas, que comporão uma carta a ser entregue ao ministro dos Portos, Leônidas Cristino", cuja participação está confirmada no último dia do evento.

9 de setembro de 2011

O poder que marca

Independente do idioma que se fale, qualquer um ‘lê’ muito bem o ‘M’ do McDonalds, a ‘vírgula’ da Nike, a maçã da Apple ou o símbolo da Coca-Cola, com seus ‘C’s característicos. Trata-se da força da marca de cada uma dessas empresas, que permite sua imediata identificação, até mesmo por alguém não alfabetizado.
     Claro, o símbolo visual é apenas parte de tal força de comunicação. Para se chegar nesse ponto de universalização, é preciso que aquilo que ele representa tenha uma base firme, ou seja, que possua um ‘espírito’. O logo de uma organização deve incorporar algo que a represente e expressar sua ideologia. Outro aspecto é o fato de ele não se restringir à sua criação, mas ser sustentado por um processo de comunicação normatizado, com definições que projetem sua aplicação nas diversas mídias e suportes, a partir do estudo que acompanha a própria criação dele.
     “Os procedimentos descritos num manual de marca são fundamentais para que se possa garantir uma padronização visual coerente e consistente, agregando valores de modernidade, confiança e qualidade a ela”, enfatiza a designer gráfica Juliana Mesquita, da Osh Design. Foi ela quem desenvolveu todo o projeto de identidade visual de nossa casa editorial, incluindo a forma da jacinta (a libélula da Amazônia) e o indispensável manual de aplicação desse logo.
     Além da marca de uso preferencial, a mais conhecida pelo grande público, esse estudo prevê aspectos como seu emprego em formato horizontal/vertical; versões para uso eletrônico, como site e blog; especificação precisa das cores, com indicação de impacto sobre fundos mais adequados e restrições àqueles sem contraste suficiente ou que atrapalhem sua legibilidade; versões cromáticas possíveis à marca, tanto em P&B quanto colorido; definição da família tipográfica da logomarca (tipo de letra empregado) e de toda a papelaria (envelopes, papel de carta, cartões, adesivos e impressos em geral).
     Recentemente o site da Exame trouxe seis dicas básicas para se criar um logo de impacto para os negócios, dadas pelo designer Gustavo Motta, do site de criação colaborativa de logotipos WeDoLogos, para quem o autoconhecimento é a chave na criação de um logo de sucesso. Segundo ele, o empreendedor deve ter claro seus diferenciais e como quer se apresentar ao mercado para que isso possa ser traduzido na sua marca.
    E, para encerrar, um toque: confira o site com trabalhos de Juliana Mesquita em encadernação, e tenha melhor ideia da abrangência de um olhar em design que, com muita sensibilidade, leva também para atividades artesanais sutileza e requinte.

31 de agosto de 2011

Diário do Engenho em águas piracicabanas

A Jacintha Editores acaba de formalizar seu apoio a um projeto de comunicação com tudo para decolar e alçar altos voos: o mais que bem-vindo Diário do Engenho, periódico online que tem a cultura piracicabana como abordagem central. A proposta desse veículo, coordenado pelo radialista, músico e escritor Alexandre Bragion, é trazer, a partir de postagens dinâmicas, informações, opiniões, textos literários, críticas, crônicas e curiosidades sobre a vida de uma das mais pitorescas cidades de São Paulo e que tem na diversidade cultural uma de suas marcas.
     A Jacintha foi fundada em Piracicaba, em 2006. No período em que lá estivemos instalados, aprendemos a respeitar seus artífices culturais, dos mais dinâmicos do interior paulista. Música, poesia, artes plásticas, literatura, folclore, teatro e esporte encontram na cidade inúmeros núcleos para sua prática. Não sem razão, é da característica nata do piracicabano muito se orgulhar desse amplo repertório de cultura em suas raízes.
     Para quem não sabe, Piracicaba é cortada pelo rio que lhe dá nome, cujo significado, “lugar onde o peixe para”, indica a dificuldade, oferecida por enorme queda d’água, aos peixes que sobem suas águas para procriar. É na margem direita que está um dos importantes monumentos do município, a imponente estrutura do Engenho Central (foto), eixo do desenvolvimento piracicabano na virada para o século XX. Sua construção remonta a 1881 e hoje, desapropriado pela prefeitura, tem seus 80 mil m2 de área verde e 12 mil m2 em construções destinados a atividades artísticas e recreativas.
     O Diário do Engenho se propõe justamente a dar espaço e repercussão a tais particularidades da cidade. O layout limpo do site, desenvolvido pelo pessoal da Ecliente Informática, e a qualidade de sua proposta editorial têm obtido repercussão crescente. E ainda agregado, o que é seu propósito, cada vez mais jornalistas, cronistas e colaboradores em seu projeto, todos interessados em produzir e discutir cultura piracicabana e piracicabanismos.
    O time da Jacintha expressa os votos de pleno sucesso aos bons rumos do Diário do Engenho nas águas internéticas desde Piracicaba!
Clique aqui e acompanhe o Diário do Engenho.
Foto: Jac©Edit

23 de agosto de 2011

Cláudia Villar e suas ‘Simbioses’ no espaço Pantemporâneo

A artista plástica Cláudia Villar estará expondo 18 esculturas da série ‘Simbioses’, a partir do dia 31 de agosto (4.a feira), na galeria do Pantemporâneo, em São Paulo, ficando em exposição até 8 de outubro. Esses trabalhos são produzidos em resina pintada com esmalte sintético. “São seres e coisas que habitam minha imaginação e que têm origem em desenhos e estudos tridimensionais”, diz a artista paulistana, que há muitos anos vive e possui seu ateliê em São Bento do Sapucaí, em São Paulo.
     Segundo o professor de artes visuais e de história da arte, o também artista plástico Nelson Screnci, “os seres de Cláudia Villar agora pertencem aos reinos da natureza e, ao mesmo tempo, a nenhum deles especificamente. Podem ser bichos, pedras ou flores. Seus corpos, porém, possuem formas orgânicas, arredondados, sinuosas, que atraem não só o olhar, devido às combinações de cores e à composição inusitada, mas também o toque, convidando o espectador à participação direta através da experimentação tátil das curvas e texturas”.
     Parte desses alegres trabalhos ‘simbióticos’ de Cláudia Villar pode ser apreciada em vídeo, que tem como trilha sonora a sugestiva Fantasia, de Shumann. A artista possui ainda belos trabalhos em mosaico, executados juntamente com seu marido e também artista plástico Ângelo Milani. Confira na web, por exemplo, Roteiro dos Mosaicos, com destaque à belíssima Capela Santa Cruz, em São Bento, restaurada pelo casal – por sinal com registro em postagem do blog da JacEdit em 15/jul. do ano passado.

Pantemporâneo: Avenida Nove de Julho, 3.653 - Jd Paulista - São Paulo/SP; fone: (11) 3018-2230. ‘Simbioses’: 31/ago.-8/set. das 10 às 18 horas. No sábado (7), às 15h, com entrada franca, haverá visita guiada pelos artistas que estarão expondo no local.
Foto: Jac©Edit

22 de agosto de 2011

O livro ganha uma revista

O universo do livro, como também da editoração, bibliografia e artes gráfica – ou seja, a comunicação impressa como um todo –, ganhou neste ano um novo fórum de expressão, a revista Livro, do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE) da Escola de Comunicação e Artes-USP. Coordenada pelos professores Plínio Martins Filho e Jerusa Pires Ferreira, a publicação busca a reflexão, o debate e a difusão de pesquisas que têm na palavra impressa seu objeto principal.
     Livro segue a linha dos defensores do livro em papel, mesmo reconhecendo a importância das novas tecnologias para a publicação e o registro do conhecimento. Seu foco maior está na valorização do suporte impresso frente às mudanças que se assiste no campo da produção editorial. Os artigos que traz discutem, entre outras abordagens, o futuro do suporte em papel, os caminhos do mercado editorial e o livro a serviço da história. Assim, também toca no "prazer do incerto amanhã”, nas palavras de Lincoln Secco, em seu artigo a respeito da revista, para a Brasileiros de julho.
    Bom exemplo é o ensaio “O futuro do livro impresso e as editoras”, assinado por Plínio Plínio Martins Filho, ou “Quem diz livraria diz refúgio”, de Alfredo Bosi. Artigos, entre outros, de Walnice Nogueira Galvão e de Jean-Yves Mollier, como ainda as memórias de J. Guinsburg e de Ruy Coelho, dão o tom desta primeira edição.

A revista Livro (208p., 18 x 27 cm, ISBN: 2179-801X, R$ 30,00) pode ser adquirida pela web, no site da Ateliê Editorial.

18 de agosto de 2011

Estamos comprando mais livros! Espera-se que lendo mais também...

O brasileiro comprou mais livros no ano passado do que em 2009. É o que constatou a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Isso tem rebatimento no crescimento de 8,12% no faturamento do setor editorial em 2010 (algo como R$ 4,5 bilhões), com crescimento de 13,12% no total de exemplares vendidos. Desdobramento que interessa ao leitor: tal ganho de escala manteve a tendência de queda do preço médio de capa, com recuo em 2010 de 4,42%.

Realizada anualmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP), a pesquisa divulgada dia 16/out. traz ainda outros números: o total de exemplares vendidos em 2009 passou de 387.149.234 para 437.945.286, no ano seguinte. Em 2010, 54.754 títulos foram publicados, aumento de 24,97% em relação a 2009, com 18.712 novos títulos, o que aponta uma aposta editorial na diversidade da oferta.

Em plena era de venda pela internet, chamou atenção o fato de que, entre os canais de comercialização, o que mais cresceu, proporcionalmente, foi a venda de livros por porta a porta/catálogos: passou de 16,65% para 21,66% do mercado em número de exemplares. Já em termos de faturamento, as livrarias continuam na liderança, com 62,70% do mercado. O censo também mostrou que, das 498 editoras ativas no País, a maioria delas (231) é composta por empresas com faturamento de até R$ 1 milhão.

2 de agosto de 2011

Eli Pariser: cuidado com os 'filtros-bolha' online


Os sistemas de buscas, como o Google, e de redes sociais, como o Facebook, não têm medido esforços para oferecer serviços ‘personalizados’ ao gosto de cada navegador da web em busca de notícias, resultados de pesquisas ou de quaisquer outras informações. Contudo, os processos de filtragem necessários para tanto têm caído num risco que poucos dimensionam, com significativa manipulação no acesso aos dados da grande rede mundial.
....Em elucidativa palestra que tem circulado na internet, o executivo e articulista americano Eli Pariser, autor do livro The Filter Bubble, alerta para tal situação, que põe em risco o próprio caráter democrático da rede, tão propalado pela universalização do acesso a informações em escala planetária. Trata-se da cilada dos "filtros-bolha", pelos quais as ferramentas de busca personalizada podem efetivamente estreitar nossa visão de mundo.
....Por essas e outras, muita gente considera que há tempo o território da liberdade de opinião, como pode ser tida a web, vem sendo manipulado! Tire suas conclusões na excelente reflexão de Pariser.

19 de julho de 2011

Brasil das águas e de rios voadores

Algo como 12% do total mundial de reserva de água doce estão concentrados no Brasil, constituindo a maior reserva do planeta. Isso dá uma ideia da importância da discussão entre nós de questões como a preservação da Floresta Amazônica ou a responsabilidade socioambiental, de forma a se enfatizar o real cuidado com os recursos hídricos, que são, sem qualquer ênfase de linguagem, simplesmente o pivô das nossas vidas.
.....Foi a partir de tal perspectiva que, desde os anos 80, o casal Gérard e Margi Moss viaja pelo mundo afora em aviões pequenos, a baixa altitude, observando as paisagens que atravessam sob suas asas. Após o equivalente a duas volta no mundo, não foi difícil constatar a fragilidade dos rios, o avanço vigoroso da desertificação e o assoreamento dos leitos de água, as feridas abertas pelas queimadas nas florestas, os povos se tornando refugiados ambientais.
.....E assim Gérard e Margi têm concentrado no Brasil suas pesquisas sobre as condições das águas. Entre 2003/04, constituíram a Expedição Rios Voadores, quando coletaram 1.160 amostras de rios e lagos brasileiros, se valendo de um método inédito: um avião anfíbio. O termo ‘rio voador’ indica os cursos invisíveis de água atmosféricos que transportam umidade e vapor de água da bacia amazônica para outras áreas do Brasil.
.....O principal objetivo da expedição foi aprofundar os estudos sobre esse transporte de umidade acima da Amazônia até o restante do país, e entender de que forma o desmatamento e as queimadas afetam as precipitações, em particular nas regiões de maior produção agrícola e geração de energia hidroelétrica. Do avião próprio especialmente equipado, em voo junto com os ventos, foram colhidas amostragens de vapor e chuva, além das águas de rios e lagos.
.....Os resultados, incluindo belíssimas fotos de Margi Moss – como as aqui postadas –, podem ser conferidos no interessantíssimo site Brasil das Águas e, em especial, nas páginas da Expedição Rios Voadores.

4 de julho de 2011

Prepare-se! Os seres da DIMENSÃO, o universo gêmeo,

estão chegando para encantar você!

26 de junho de 2011

Um olhar sobre o ciclo de vida e morte (em vida)

A brincadeira no trilho do trem torna-se pretexto para Willie e Tom, duas crianças na corda-bamba da adolescência, conhecerem-se de fato. A reflexão poética sugerida pela peça sobre o ciclo de vida e morte (em vida) é conduzida pelo “desenho da imaginação” das personagens, em jogo com os espaços percorridos ao longo do diálogo.

É o que aguarda quem for assistir à Esta Propriedade Está Condenada, peça de Tennessee Williams, em montagem instigante produzida pelos alunos do Curso de Artes Cênicas da ECA/USP, dias 29 e 30/jun. (4.a e 5.a), às 15h. A apresentação desse trabalho encerra o curso de Direção II, coordenado por Cibele Forjaz.

Esta Propriedade Está Condenada, de Tennessee Williams
atuação Marcus Garcia e Marina Di Giacomo; sonoplastia Pedro Oliveira; iluminação Thabata Garcia; direção Olívia de Castro;
orientação Cibele Forjaz
29 e 30/jun. (4.a e 5.a), às 15h; e 2/jul. (sáb.), às 12h
entrada gratuita; CAC-ECA-USP
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 25 – Cidade Universitária, São Paulo

foto: Óli de Castro

25 de junho de 2011

São Paulo entre rios

No frenesi diário da gigantesca São Paulo, ninguém mais nota os rios que lhe deram origem. A não ser ao transbordarem, no período de chuvas, ou quando os odores do lixo neles depositado nos chegam. Em sua maioria, esses leitos de água hoje estão canalizados e sobre eles correm as principais avenidas da cidade.

O interessante Entre Rios, doc disponível na web, conta justamente essa trajetória conflitiva da metrópole com os seus rios. Razão de ser da São Paulo de Piratininga, o rio Tamanduateí e o ribeirão Anhangabaú logo representaram barreira ao crescimento. A construção do viaduto do Chá foi o primeiro marco de superação do impedimento representado por esses leitos, ligando o centro velho aos novos loteamentos a oeste da cidade, destinados à emergente elite cafeeira. Na década de 20 as duas áreas são ocupadas por parques: o do Anhangabaú, sobre o ribeirão já canalizado e aterrado, e o Parque D. Pedro II, às margens do Tamanduateí.

Mais tarde foram o rio Pinheiros e o Tietê a se colocarem como obstáculo. Surgiriam justificativas sanitaristas para ocupar e explorar urbanisticamente seus leitos, de várzeas com inundação periódica. Entre Rios registra ainda os grandes projetos públicos em estímulo à expansão urbana. E as razões inevitáveis para, a cada período de chuvas, as águas contidas artificialmente reclamarem de forma destrutiva suas margens originais.

O doc foi realizado pelos alunos Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini, em 2009, como trabalho de conclusão de curso em bacharelado em audiovisual no SENAC-SP, sob a coordenação de Nanci Barbosa e Flavio Brito e orientação de pesquisa de Helena Werneck. Contou ainda com a colaboração de uma equipe considerável, em animação, câmera, trilha sonora e edição de som.

Entre Rios, de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini; SENAC-SP, 2009, 25 min., dir.: Caio Silva Ferraz; prod.: Joana Scarpelini.

24 de junho de 2011

Pesca artesanal de tainhas em exposição fotográfica

A fotógrafa gaúcha Mara Rejane Freire, há anos radicada na bela capital catarinense, inaugura mais uma exposição de seus instigantes trabalhos. “Tainhas: a pesca artesanal de beira de praia” será aberta dia 28/jun. (terça), às 19h30, no Floripa Shopping (Rod. SC 401, 3.116, Saco Grande – Florianópolis-SC). Os trabalhos ficarão expostos ao público até 20/jul.

Também publicitária, Mara já se definiu como “uma placa fotográfica prolixamente impressionável”. Ela é a criadora do Grupo Fotomotriz, em 2006, para estudos e práticas fotográficas. As turmas aí formadas montam saídas em Florianópolis e no seu entorno para exercícios fotográficos, cujos resultados, além de veiculação pela web (cf. os blogs), costumam ganhar exposição própria.

Confira: http://fotomotriz.blogspot.com e http://diariosdefotomotriz.blogspot.com/

15 de junho de 2011

Quino e o extremo do perfeccionismo

...ou a obtusidade da obediência.

7 de junho de 2011

'Ilogicamente' de Newman Simões tem tarde de autógrafos

O livro de Newman Ribeiro Simões, Ilogicamente. Poemas, publicação da Jacintha Editores, continua dando o merecido ibope. Agora o autor prepara uma tarde de autógrafos em Piracicaba, cidade paulista onde reside e trabalha. Será na próxima 6.a (10), às 18h, na nova Livraria Nobel (Rua Moraes Barros, ao lado do Banco Luso Brasileiro).

Enquanto isso, o livro acaba de ganhar do escritor, radialista e professor de literatura Alexandre Bragion uma resenha de particular qualidade, “Newman Simões: um poeta de ‘primeira água’”, postada no periódico online Diário do Engenho, espaço virtual que tem se mostrado muito dinâmico no trato da cultura piracicabana e, assim, merecedor de acompanhamento.

Segundo Bragion, em Ilogicamente o curso úmido das lembranças de Newman “flutua sob a forma de jogos de linguagem e de sobreposições de palavras que correm rentes aos rios da prosa contemporânea da literatura brasileira. Imersa numa poesia até certo ponto raiz – que, se guarda em si o tempo das cidades do interior, tem também o seu devido ar cosmopolita –, ‘a ilogicamente’ de Newman apresenta-se mergulhada também em inúmeras referências poéticas que, por sua vez, vão ditando, em forma de epígrafe, o ritmo das ondas líricas do livro”.

Taí uma ótima maneira de travar contato com o Diário do Engenho: pela escrita cada dia mais afinada de Alexandre Bragion, nesta sua mais recente resenha literária, agora sobre o Ilogicamente. Fica a dica: basta clicar aqui.

Ilogicamente. Poemas, de Newman Ribeiro Simões
Pref.: Jorge de Albuquerque Vieira; 107p.; 21 cm; R$ 25,00; ISBN 978-85-60677-08-5; Jacintha Editores, 2010

13 de maio de 2011

Herzog de fato é o que são os filmes dele

Werner Herzog, o aclamado diretor do Novo Cinema Alemão, será objeto de rica programação do Goethe-Institut São Paulo. A mostra ‘Sou o que são meus filmes’ (16 a 21 de maio) abordará o Herzog dos documentários, menos conhecidos do grande público, com a projeção de 20 filmes agrupados em cinco temáticas: ‘Sobre Werner Herzog’, ‘Criação e apocalipse’, ‘O início e o fim da linguagem’, ‘Guerreiro e perpetrador’ e ‘Decolagem e queda’.

Esses documentários foram produzidos entre 1965 e 2005, abrangendo o seu trabalho de estreia Hércules (1965), Balada de um Pequeno Soldado (1984) e, entre os mais recentes, O Diamante Branco (2004) e Além do Azul Selvagem (2005). Todos eles com legenda em português.

O próprio Herzog, cineasta de obras como Aguirre - a Cólera dos Deuses, Nosferatu - o Fantasma da Noite e Fitzcarraldo, participará da abertura da mostra (16/maio, às 19h), em conversa intermediada pelo o jornalista Eduardo Simões, antecedendo a projeção de Sou o que são Meus Filmes (parte 1). Para este dia, será necessário retirar senha com 1 hora de antecedência.

Mostra ‘Sou o que são meus filmes’: 16-21/maio/2011; Goethe-Institut São Paulo; Rua Lisboa, 974 – Pinheiros/São Paulo; diversos horários; entrada franca.
Acesse aqui a programação completa.

10 de maio de 2011

'Esta Propriedade Está Condenada'

Abertura de processo de Esta Propriedade Está Condenada, de Tennessee Williams, no curso Direção II, de Cibele Forjaz, no CAC-ECA/USP.

Direção: Olívia de Castro
Atuação: Marcus Vinícius Garcia e Marina Di Giacomo
Sonoplastia: Pedro Oliveira

É conferir
!

5 de maio de 2011

Ex-Libris: livro de quem

A expressão latina ex libris significa literalmente dos livros, a indicar ‘livros de’, ‘pertencentes a’. É empregada como verdadeiro título de propriedade de um livro por uma pessoa ou instituição, ao mesmo tempo em que expressa a personalidade daquele que o possui. Para tanto, além da própria composição do ‘selo’ que o sustenta, associa-se a ele palavras ou expressões, como divisa, vinheta ou emblema, muitas vezes em latim.
.,..O uso dessas etiquetas coladas ou gravadas na primeira página interior para identificar livros remonta à época da invenção da tipografia, na Alemanha, por volta de 1450. O primeiro exemplo de ex-libris teria sido de Johannes Knabensberg, também conhecido como Hans Igler (João Ouriço), gravado em madeira por W.L. Schuberg, com o perfil de um ouriço comendo flores silvestres, como também os de Giorgis de Podebrady (1455) e o de Hildebrand Brandenburg (1470).
.,..Em nosso país, Manoel de Abreu Guimarães, provedor da Santa Casa de Sabará no século XVIII e possuidor de vasta biblioteca, é tido como o primeiro brasileiro a ter um ex-libris. Mas há quem indique ser Padre José Correia da Silva, também morador de Sabará nesse período, o dono do ex-libris mais antigo no Brasil.
....O fato é que se trata de uma interessantíssima tradição, repleta de ‘belas histórias de arte, de vida e de amor aos livros’. Aliás, é como se intitula a introdução, assinada por Dorothée de Bruchard, da ótima publicação Ex-Libris, organizada por Plinio Martins Filho (Ateliê Editorial, 2008, 188p.), cuja leitura fica aqui indicada e de onde reproduzimos as imagens que ilustram esta postagem. . De Alvarus (Álvaro Cotrim, caricaturista carioca), com desenho de sua autoria (p. 140); . De Diva Bei, com desenho de Elisário Bahiana, em zincogravura (p. 128); . De Sylvio Bevilacqua (p. 140)

25 de abril de 2011

Filosofia da USP homenageia Claude Lefort

Claude Lefort, um dos maiores pensadores da política e do totalitarismo do nosso tempo, receberá homenagem do Departamento de Filosofia da USP nesta quinta-feira (28), a partir das 14h30. Falecido em outubro do ano passado aos 83 anos de idade, o filósofo francês foi autor de obras como A Invenção Democrática, nas quais defende que, numa sociedade democrática, o povo no poder é um princípio simbólico, não real, e, mais do que isso, irrealizável, já que a “precipitação do simbólico no real” causaria a sua perda. Ou seja, trata-se de um pensamento nada convencional, e ainda bastante desconcertante.

O peso dos nomes que comporão esta homenagem a Lefort dá ideia da relevância do evento. Entre eles estará o sociólogo do direito e ensaísta Luciano Oliveira, autor de O Enigma da Democracia. O pensamento de Claude Lefort (Jacintha Editores, 2010). Tendo sido aluno do pensador francês, Luciano esmiúça nesse livro as concepções lefortianas, de fundamental importância como crítica radical ao totalitarismo. Marilena Chaui, também ex-aluna de Lefort, diz ter aprendido o exato sentido de filosofia como diálogo e combate justamente com o mestre francês: o político como lógica do poder, não como pura relação de força, e o sentido da democracia como conflito legítimo, como indeterminação e criação temporal, isto é, “como invenção histórica e criação de direitos, e como recusa do poder incorporado, isto é, da identidade entre o saber, a lei e o poder”.

Local: Departamento de Filosofia da USP: 28/abr./2011, sala 14, Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 – Cidade Universitária/São Paulo. Inscrições e informações: www.fflch.usp.br/cf

Programação

14h30 Conferência de abertura: José Arthur Giannotti (USP)
15h30 Mesa redonda: Luciano Oliveira (UFPE); Eliana de Melo e Souza (Unesp); Sérgio Cardoso (USP)
17h30 Mesa redonda: Newton Bignotto (UFMG); Adauto Novaes (Arte e Pensamento); Olgária Chain Ferés Mattos (USP)
19h30 Conferência de encerramento: Marilena de Souza Chaui (USP)

O Enigma da Democracia. O pensamento de Claude Lefort, de Luciano Oliveira. Pref.: Marilena Chaui; entrev. com o autor: Nuno Coimbra Mesquita. R$ 30,00; 128p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-12-2; Jacintha Editores, 2010

12 de abril de 2011

Casa onde Guimarães Rosa morou em Cordisburgo tem visita virtual


O museu da casa onde o escritor Guimarães Rosa (1908-1967) nasceu e passou parte da sua infância, na pequena Cordisburgo, no interior mineiro, agora pode ser visitado virtualmente. Pelo site Museus Virtuais dá para percorrer tanto o interior da residência, com seus cômodos e objetos de época, como também as ruas da ainda pacata cidade, localizada a 116 km ao norte de Belo Horizonte, cuja região muito serviu de matéria-prima à literatura de Rosa.

Do acervo do museu constam elementos de sua vida profissional como médico e diplomata, e ainda de peças de vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural descrito em seus livros, como objetos de montaria e de atividade pecuária. Há ainda cerca de 700 documentos textuais, entre os quais alguns de caráter pessoal (certidões, correspondência recebida e emitida, documentos escolares), discursos, artigos em periódicos e originais manuscritos ou datilografados, como de Tutaméia, última obra de Rosa publicada.

O Projeto Era Virtual, responsável por esse site, reúne acessos virtuais a alguns museus brasileiros, como os Casa de Cora Coralina (GO) e Casa Guignard (MG). Durante a visita, por meio de cliques, pode-se girar a imagem, ampliar detalhes e obter informações sobre peças em exposição. No caso do Museu Casa de Guimarães Rosa, a particularidade fica por conta da participação dos contadores de histórias Miguilim, jovens que, ao clique no sinal de ‘+’ ao lado de suas imagens, narram particularidades do lugar e do seu ilustre morador, autor de obras como Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956) e Grande Sertão: Veredas (1956).

Esses jovens narradores são fruto da ação cultural desenvolvida pelo museu e a Associação dos Amigos do Museu Casa Guimarães Rosa, que forma e manutém o Grupo de Contadores de Estórias Miguilim: hoje, cerca de 52 jovens, entre 11 e 18 anos, recebem formação permanente em técnicas de narração e sobre a vida e obra de Rosa. Nome dado em homenagem ao menino personagem-título da novela “Manuelzão e Miguilim”, que compõe originalmente Corpo de Baile, eles apresentam o museu tanto na visita virtual como na presencial.

Museu Casa Guimarães Rosa: Rua Padre João, 744 – Cordisburgo (MG); visitação: de 3.a a dom., das 9h às 17h; taxa: R$ 2,00; agend. de visitas: (31) 3715-1425 ou museuguimaraesrosa@cultura.mg.gov.br

4 de abril de 2011

Livro de Tarcísio Bregalda em seu próprio 'itinerau'

Itinerau, de Tarcísio Bregalda

Noite de autógrafos

Dia 9/abr. (sáb.), a partir das 18h
Casa da Cultura de São Bento do Sapucaí / SP
Rua Sargento José Lourenço, 105
(12) 3971-1665


Tarcísio Bregalda é natural de Cruzeiro (SP) e dentista por profissão. Por desassossego, também poeta. Reside e trabalha em São Bento do Sapucaí (SP), próximo a Campos de Jordão, quase divisa com o sul de Minas. É da beleza e da mansidão dessa região montanhosa que, muitas vezes, Tarcísio retira a ambientação de seus versos, que encontram, neste livro, seu itinerau. Trata-se da segunda publicação dele, a anterior, Os Riscos das Margens (São Paulo: ProEditores, 1997), teve apresentação do poeta Manoel de Barros.

Passagem para Minas

A passagem para Minas
tem que ser pela Mantiqueira.
A passagem para Minas tem que ser silenciosa
como lâmina de faca em toucinho de porco
morto no sábado.


Itinerau, de Tarcísio Bregalda #pref.: José de Anchieta (Costa); capa: Billy Gibbons (imagem: Ângelo Milani); 92p.; 21 cm; ISBN 978-85-60677-14-6; R$ 30,00; Jacintha Editores, 2011

31 de março de 2011

Busca de palavras em cinco séculos de livros

Que tal poder checar o emprego de palavras ou expressões nos últimos cinco séculos? Uma ferramenta oferecida pelo Google promove essa façanha. Trata-se do Books Ngram Viewer (www.ngrams.googlelabs.com) programa com capacidade de executar busca por palavra-chave (um ou mais termos) nos 5,2 milhões de livros já digitalizados, constituindo uma fantástica área de pesquisa de 500 bilhões de palavras. Tal é o material disponibilizado em obras em inglês, francês, espanhol, alemão, chinês e russo, publicadas entre os anos de 1500 e 2008.
......Resulta da busca uma linha cronológica que exibe a incidência, nos últimos 500 anos, da aplicação da palavra ou expressões procuradas e ainda um atalho para livros que empreguem os termos indicados. Com isso, é possível identificar, quantitativamente, o uso da linguagem, ideias e conceitos ao longo desse considerável período de tempo, identificando-se, por exemplo, tendências culturais ao longo da história, segundo a forma como foram registradas nos livros.
......O conjunto de informações reunidas com o Google partiu do pesquisador Erez Lieberman Aiden e do acadêmico Jean-Baptiste Michel, ambos da Universidade de Harvard. Eles desenvolveram o projeto de pesquisa para demonstrar o quanto as bases de dados podem transformar nossa compreensão da linguagem, da cultura e do fluxo das ideias. Um exemplo é o referente às palavras women (mulheres) e men (homens). Pouco mencionada na comparação com o emprego de men até o início do século 20, women ganha destaque com o movimento feminista. No final dos anos 1990, women já possui citação mais numerosa do que men em livros. Outro caso depreende-se pelos gráficos, que apontam como o cristianismo, ao longo do século XX, perdeu espaço para outras religiões.

29 de março de 2011

'A Fita Branca', ou o ovo do ovo da serpente

A Fita Branca (Das Weisse Band), filme de Michael Haneke, continua uma ótima indicação do bom cinema europeu, apesar de já ser de 2009. Haneke, responsável pela direção e roteiro, é formado em psicologia, filosofia e teatro pela Universidade de Viena, e suas produções têm como marca o debate da violência e das perversões humanas. Violência Urbana, A Professora de Piano e Caché também tiveram direção dele.

Em A Fita Branca, às vésperas da I Guerra Mundial, estranhos eventos abalam a calma de um vilarejo protestante no norte da Alemanha. Uma corda estendida como armadilha derruba o cavalo do médico do lugar (Rainer Bock), um celeiro pega fogo, duas crianças são sequestradas e torturadas... Os incidentes isolados vão ganhando forma de um cruel ritual de punição, pondo a cidade em pânico. O professor (Christian Friedel) do coro de jovens investiga os acontecimentos em busca do responsável, querendo revelar a perturbadora verdade, ainda que admita não distinguir exatamente o que seja boato ou não. A frieza e a culpa coletivas são narradas por este personagem central, ao longo de um filme em preto e branco de rica fotografia e com enquadramentos primorosos, mesmo em ambientes internos e de planos fechados.

Aquele microcosmo, com seu sistema social rigidamente hierárquico e de enorme intransigência moral, reserva sempre severas punições às crianças e mulheres, sob o domínio inconteste dos adultos homens. Mas o que em público tem aura de justo ou adequado, a quatro paredes revela sua mais pura crueldade. Nesse clima, a notícia do assassinato, em Sarajevo, do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando, que desaguará na carnificina da primeira grande guerra, impõe um corte ao silêncio que pauta a coletividade perante os sinistros acontecimentos locais.

Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2009, A Fita Branca (144 min., prod. Áustria, França, Alemanha e Itália) busca retratar o ponto germinal do crime de ódio mais abordado pelo cinema no século 20, o Holocausto. Naquele ambiente social rígido e autoritário, pleno em punição, puritanismo, crueza e disciplina – e que ainda sairia profundamente massacrado pelos vencedores do primeiro conflito bélico mundial –, estava sendo germinado com muito rancor o ovo da nazi serpente a gerar a II Guerra.

26 de março de 2011

Virginia Woolf, sua literatura ainda é de enorme influência

Na manhã de 28 de março de 1941, Virgínia Woolf entrava nas águas gélidas do Rio Ouse (Rodmell, Inglaterra) para, com os bolsos do casaco de pele cheios de pedras, deixar-se afundar, dando fim à sua vida. A escritora inglesa era, já então, um monumento. E, passados exatos 70 anos daquela sexta-feira, o fascínio sobre seus livros mantém-se inconteste. Nos 59 anos em que viveu, Woolf escreveu nove romances (entre eles O Quarto de Jacob, Orlando e As Ondas), três biografias e boa quantidade de contos e obras de não ficção, como o ensaio feminista seminal “Um teto todo seu”. Seus diários preenchem cinco volumes, suas cartas, seis.
......Virginia Woolf nasceu em Londres (1882), filha de um editor, sir Leslie Stephen e, na educação esmerada que recebeu, frequentou desde cedo o mundo literário. Casa-se com Leonard Woolf, com quem funda a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Fez parte do grupo Bloomsbury, composto por intelectuais sofisticados que, após a I Guerra Mundial, investiria contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana.
......Vítima de grave depressão, ela escreve, no bilhete para o marido antes do seu suicídio, que ter “certeza de estar ficando louca novamente”: “Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer.” (...) “Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade.”
A influência dela – No ensaio ‘Em busca da jornada épica das vidas comuns’, o romancista americano Michael Cunningham detém-se sobre Mrs. Dalloway, livro de Virginia Woolf que inspirou o seu As Horas (por sinal o título original de Mrs. Dalloway, trocado por Woolf antes de sua publicação), cuja versão para o cinema deu o Oscar de melhor atriz a Nicole Kidman. Cunningham avalia que, nesta obra-prima de Woolf, ela “esbanja controle, uma qualidade com frequência – às vezes demais – cara à maioria dos romancistas. Ela está testando não só seus poderes, mas os limites do próprio romance. Podemos quase ouvir seus pensamentos na página”.
......O Sábatico, no qual foi publicado esse ensaio, traz ainda uma entrevista com Cunningham (‘É difícil escapar da influência dela’), concedida a Rinaldo Gama. Para completar, que tal ter uma noção da história da romancista inglesa? Para tanto, acesse ‘A trajetória de Virginia Woolf’ e aprecie uma rica retrospectiva de fotos dela.

25 de março de 2011

Abertas as inscrições ao Prêmio Jabuti 2011

A 53.a edição Prêmio Jabuti, tido como a mais importante e ampla premiação da literatura brasileira, está com suas inscrições abertas, se estendendo até 31 de maio. Podem concorrer apenas obras inéditas, publicadas no Brasil entre 1.º de janeiro a 31 de dezembro do ano passado, sendo aberto a editores, escritores, autores independentes, tradutores, ilustradores, produtores gráficos e designers.
......Após a polêmica ocorrida no evento do ano passado, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou uma série de mudanças no regulamento. Entre elas, em 2011 serão 29 categorias, três a mais em relação ao ano passado (Ilustração, Gastronomia e Turismo e Hotelaria). Também o total dos prêmios passou de R$ 123 mil para de R$ 147 mil. O número de laureados é outra inovação: até 2010, o primeiro, segundo e terceiro lugares de cada categoria eram premiados; neste ano terá apenas um livro finalista por categoria. E dentre eles saem os vencedores de Livro do Ano, de ficção e de não ficção, a serem anunciados festivamente na Sala São Paulo, no dia 30 de novembro.
......Acesse aqui a ficha de inscrição ao Jabuti.