No link reproduzido ao pé desta matéria, a romancista nigeriana Chimamanda Adichie fala sobre a diversidade dos povos e indivíduos, e de como tal diversidade se traduz não numa única, mas em muitas histórias sobrepostas. Assim, segundo ela, se nos contentamos a ouvir apenas uma história sobre outra pessoa ou país, nos arriscamos a ter sobre uma e outro o que ela chama de "desentendimento crítico".
Chimamanda conta a trajetória de como lhe foi difícil descobrir a sua voz cultural. Lembra as histórias que escrevia quando menina, nas quais seus personagens tinham pele clara, cabelos dourados e olhos azuis, pois reproduziam os modelos dos únicos livros aos quais tinha acesso na Nigéria africana de então: todos vindos da Inglaterra. Ou quando se mudou para os EUA, aos 19 anos de idade, e sua companheira de quarto na universidade surpreendeu-se pelo fato de ela, uma africana, falar inglês fluentemente (a língua oficial na Nigéria é o inglês!), vestir-se como qualquer jovem americana e ser fã da Mariah Carey.
O discurso de Chimamanda nos faz questionar as “histórias únicas” e as versões oficiais sobre outras culturas e vidas que não as nossas. Além do mais, como escritora, Chimamanda reforça a nossa fé no poder das histórias, que, quando contadas/escritas com sérias intenções por comunicadores talentosos, podem sem dúvida ajudar a melhorar o mundo.
Veja: http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário