Os debates sobre cultura e jornalismo têm esquentado o auditório do Tuca, na PUC/SP, desde 2.a feira passada (3/maio). Presentes ao II Congresso de Jornalismo Cultural, intelectuais, jornalistas e editores de suplementos e revistas nacionais e internacionais voltados à cultura praticamente concordam que o jornalismo cultural nos dias de hoje prioriza os interesses do mercado e das grandes editoras e produtoras.
Na 4.a feira, a redatora-chefe Nuria Azancot, do suplemento El Cultural do jornal espanhol El Mundo, admitiu a dificuldade dos veículos de contemplar novos lançamentos e talentos, e tratá-los com profundidade, em vez de simplesmente correr atrás dos modismos. Em outra conferência no mesmo evento, o editor de Opinião da Folha, Marcos Augusto Gonçalves, justificou que os jornais precisam falar sobre filmes mais comerciais, como o Avatar, para atender à curiosidade do público.
Já o editor José Arbex Jr., da Caros Amigos, defendeu, na 3.a feira, que o jornalismo cultural no Brasil está bem longe de retratar a nossa verdadeira identidade. Por sua vez, o sociólogo Chico de Oliveira completou que a TV tem boa parte de responsabilidade nessa história: “É uma barbárie o que se vê na TV, uma degradação”.
Mas será que só a TV deve responder por tal realidade? A imprensa como um todo não estaria um tanto acomodada com o enfraquecimento da cobertura e da crítica cultural? Segundo o professor de sociologia da USP, Ruy Braga, que falou à plateia do Tuca na 3.a feira, a origem desse cenário está justamente no fatalismo e no conformismo dos meios de comunicação em geral. Verdade incontestável.
No vídeo postado pela revista Cult, organizadora do evento, Daniel Piza diz que o jornalismo cultural ainda está “preso aos grandes medalhões”. Confira.
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