O fotógrafo Marcos Prado, ao registrar as imagens do lixão Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, encontrou Estamira. Ao pedir para tirar um retrato daquela mulher, ela concordou, com uma condição: que ele sentasse ao seu lado para conversar. Estamira lhe contou que morava num castelo, todo enfeitado com coisas encontradas no lixo; possuía uma missão na vida: relevar e cobrar a verdade. Certo dia ela lhe perguntou a Marcos qual era sua dele. Antes que pudesse responder, ela disse: “Sua missão é revelar a minha missão”. Assim, surge o impressionante documentário que traz como título o nome da sua personagem central.
Vencedor de 33 prêmios nacionais e internacionais de cinema, sucesso de crítica e o documentário de maior público nos cinemas brasileiros em 2006, Estamira traz tanto questões de interesse global e tão atuais, como o destino do lixo produzido pelas metrópoles, como os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de ser vivida. Com seus delírios psicóticos, Estamira supera sua condição miserável a partir do lixo da nossa civilização, e coloca em questão valores fundamentais, muitas vezes esquecidos pela sociedade
Exemplo dos mais vívidos de que, segundo Lacan, “no louco, o verbo se faz carne”, Estamira será assistido no próximo sábado (19/jun.), às 15h, durante o projeto Psicanálise em Extensão, em Piracicaba, neste que é o seu segundo encontro. Na sequência haverá a exposição da psicóloga e psicanalista Disete Devera, mestre em subjetividade e saúde coletiva pela Unesp e supervisora clínico-institucional de Serviços de Atenção em Saúde Mental de Rio Claro.
Documentário: Estamira, 115 min., 2004; dir. e rot.: Marcos Prado
Palestra: “Loucura ou resistência? A arte de inventar sentidos!”, Disete Devera
Local: Clínica de Psicanálise – R. Prudente de Moraes, 1.314 – Bairro Alto – Piracicaba
Inscrições por email: mmariguela@gmail.com. Vagas limitadas: 25
Foto: divulgação
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