No topo dessa lista aparece “ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação de lê-los”. A dica é esperar passar cinco anos e, se o livro ainda respirar, aí sim, vale a pena investir nele.
Outra sugestão infalível, segundo os especilistas, é evitar edições amadoras. E aqui faço um adendo: já pela capa e pelo acabamento você, em geral, percebe se o livro merece ou não ser lido. Há edições e edições – algumas, entre as mais precárias, sequer trazem o código de barras relativo ao ISBN (que funciona como uma espécie de RG de cada obra, registrando-a na Biblioteca Nacional), o que faz com que o livro, grosso modo, não tenha a sua identidade. Também são muito comuns erros ortográficos e outros problemas de linguagem, que denunciam a falta de cuidado na edição do texto e prejudicam sensivelmente a leitura. Basta dar uma folheada para percebê-los – nesse caso, fuja de tais edições.
E mais um conselho: se você tiver dificuldade de avançar na leitura de um clássico do tipo Machado de Assis, pode ter certeza de que o problema é seu, e não do texto. Insista. Os bons textos geralmente exigem mais de uma tentativa de leitura.
Para quem se aventura à arte da escrita, os autores aqui citados indicam reservar ainda mais tempo à leitura, além de escrever apenas sobre o que realmente conhece. A prática de cortar palavras e frases, como também a de usar o ponto final em abundância dá certo na grande maioria das vezes.
Por fim, o jovem escritor deve ter sempre em mente que, na outra ponta do seu texto, está a figura do leitor. É preciso contemplá-lo, sem abrir mão dos próprios princípios, de modo a evitar que ele abandone tal leitura a qualquer momento.
Por essas e por outras razões é que o papel do editor na publicação de uma obra torna-se imprescindível. Mas essa é uma outra discussão, a ser tratada neste blog em novo texto.
A íntegra dessas dicas está em “O que fazer com um texto?”, Folha de S.Paulo.
Antes de mais nada, é imprescindível não ressaltar o absurdo que é dito no início da postagem. Como assim evitar os best-sellers? Quer dizer que eu deveria esperar 5 anos para ler "A menina que roubava livros" ou "O Caçados de pipas"? Isso é um absurdo. Como professores eles deveriam sim, recomendar a leitura de obras clássicas nacionais. Mas deixar de ler best-sellers é se desatualizar para obras contemporâneas.
ResponderExcluirAgora, outro ponto de exclamação que devo lançar aqui. Os senhores professores disseram que se deve julgar um livro pela capa e fugir dos amadores? Hoje em dia grandes obras, principalmente no leste europeu, são lanças de modo precário. Enquanto isso, editoras medíucres que se prezam a apenas ganhar dinheiro, lançam biografias de "Brunas Surfistinhas" da vida.
Quer um bom livro? conheça o autor. Capas enganam, e até mesmo o R.G do livro pode servir de vilania.
Pra finalizar, nem tudo são críticas negativas. Acho importante os professores frisarem na insistência de se ler um Machado de Assis. Hoje em dia a linguagem dos livros tem se facilitado muito para seguir a carência de cultura do povo. Ler Machado de Assis é pra poucos, mas como é prazeroso fazer parte desse seleto grupo.
Leia Jornais, revistas, romances, não-ficções e até gibis. Crie seu estilo na escrita. Como diz o velho ditado: "O que seria do azul se todos só gostassem do amarelo".
Grande Abraço!
A afirmação de que é preciso "ignorar os best-sellers" alerta, nas entrelinhas, contra a globalização mercadológica que pasteuriza e nivela por baixo o universo dos livros, comprometendo a bibliopluralidade.
ResponderExcluirE na contramão dos títulos e assuntos que viram moda (todos muito parecidos) atuam as editoras independentes, comprometidas permanentemente com a revelação de autores e ilustradores inéditos, catálogos diferenciados e a qualidade editorial (pois suas publicações estão cada vez mais longe de ser precárias e amadoras!).
Ler de tudo é, sem dúvida, um avanço neste país onde impera a imagem eletrônica. Mas não por acaso as dicas dos professores aqui se referem "à boa leitura e escrita".